EXIT! CRISE E CRÍTICA DA SOCIEDADE DAS MERCADORIAS
CRÍTICA DO CAPITALISMO PARA O SÉCULO XXI. Com Marx para além de Marx: o projecto teórico do Grupo "EXIT!" Deutsch
A DOMINAÇÃO DAS COISAS MORTAS
Notas críticas sobre a mais recente crítica das forças produtivas e a ideologia da dessocialização
1. Dominação da natureza e abstracção do valor: da “crença no progresso” ao pessimismo cultural
2. A desintegração da totalidade social
3. A fetichização da tecnologia
a) Subjectivação da natureza e “dominação” como pecado original
b) A reificação do conceito de forças produtivas e a lógica da produção aniquiladora
c) A degradação do trabalhador
4. Moral miserável e moral da miséria: consequências da crítica das forças produtivas
a) Dessocialização e fetiche da mercadoria: “Small is beautiful”
b) Moral miserável: a “redução da dimensão do fazer”
c) Moral da miséria: a “redução das necessidades”
d) O resgate do produtor imediato como sua perpetuação
Thomas Meyer
Atenção Plena como propaganda e narcótico
1. A submissão como liberdade: para a felicidade no “melhor dos mundos” (Cândido/Voltaire)
No regime neoliberal as pessoas são obrigadas a ver-se a si mesmas como empresárias da sua força de trabalho, de modo a poderem satisfazer sempre os imperativos do mercado, com o objectivo de se submeterem “autodeterminadamente” ao processo de valorização capitalista e aos seus constrangimentos. Nas democracias ocidentais esta auto-escravização é entendida como liberdade. A democracia neste caso mais não significa do que o facto de todos estarem formalmente sujeitos à mesma liberdade coerciva. O neoliberalismo foi apenas a última etapa da “jaula da servidão” (Max Weber) que o capitalismo sempre foi (cf. Kurz 1999). No “patriarcado produtor de mercadorias” (Roswitha Scholz), a liberdade de personalidade é tão livre como a constrição de um espartilho. Temos de nos adaptar exactamente às exigências do mercado, pelo que temos a liberdade de tirar o ar por nossa própria responsabilidade. Cada um tem a liberdade de lutar pela sua própria felicidade, o que implica nada mais nada menos do que o fracasso, o atraso e o insucesso são também da responsabilidade de cada um. O sucesso e o fracasso, o sofrimento e o stress são privatizados. Através da subjectivização o indivíduo é lançado sobre si próprio no neoliberalismo. As estruturas sociais são desvanecidas, o pensamento e a acção colectivos são negados ou suprimidos. A luta colectiva e a solidariedade parecem impossíveis. Ser flexível e permanecer resiliente é a liberdade forçada de cada indivíduo (ver Graefe 2019). As consequências para a saúde tornam-se culpa privada. As pessoas alegadamente comeram os alimentos errados e fizeram muito pouco exercício. De acordo com a propaganda neoliberal, isto também é da exclusiva responsabilidade do indivíduo e não do stress causado pelo trabalho e pela restrição da “liberdade de escolha” devido aos baixos rendimentos (cf. Mayr 2021). As doenças tornam-se um problema puramente médico. As chamadas doenças da civilização, como as doenças cardiovasculares, têm muito a ver com o facto de muitas pessoas estarem permanentemente “a 180” ou terem de estar, o que fisiologicamente resulta num aumento da tensão arterial. As consequências a longo prazo de uma tensão arterial mais elevada são danos nos vasos sanguíneos, o que contribui maciçamente para as doenças cardiovasculares (ver Cechura 2018). Consequentemente as doenças mentais também se tornam uma doença privatizada, as suas causas estão supostamente localizadas no próprio cérebro e não nas circunstâncias da vida, de modo que a cura, de acordo com o materialismo vulgar neurocientífico, deve ser o consumo de drogas psicotrópicas (cf. Schleim 2021 & Hasler 2023). ..."
Tomasz Konicz
Administração da crise em tempos de mudança
O fim da globalização neoliberal está a dar um impulso à administração da crise neofascista – especialmente no antigo “campeão mundial de exportação”
Seria errado postular uma inevitabilidade causal unilateral entre o desenvolvimento da base económica e a superestrutura político-ideológica, seguindo a má tradição do antigo marxismo. O desenvolvimento económico, o desenrolar das contradições internas do capital não determina unilateralmente o sistema político. Há claramente interacções e várias opções abertas às elites funcionais capitalistas quando reagem às consequências da crise. Aqui – e isto é crucial – o curso futuro da crise pode realmente ser influenciado pela política, ainda que esta não esteja obviamente em posição de ultrapassar a crise sistémica no interior do capitalismo. Muitas das medidas de emergência discutidas pelos políticos em resposta aos surtos de crise podem ser implementadas por governos ou regimes de várias orientações políticas. Isto é particularmente evidente na grave fase de crise dos anos 30 do século XX, quando o proteccionismo, os programas de trabalho e o estatismo foram prosseguidos por Estados tão diversos como os EUA de Roosevelt e a Alemanha nazi. ..."
Dilacerada entre o Leste e o Ocidente
Breve panorâmica histórica do caminho para a guerra na Ucrânia no contexto da crise mundial do capital
1. O colapso do capitalismo de Estado soviético como momento da crise mundial do capital * 2. Da nomenklatura à oligarquia * 3. Desenvolvimento económico: transformação, economia de défice e programa do FMI * 4. A Ucrânia entre o Leste e o Ocidente * 5. Revolução, anexação da Crimeia, guerra civil, estabilização * 6. Em vésperas da guerra * 7. Resumo e perspectivas * Bibliografia
O Estalinismo do Dinheiro
Notas para o debate sobre a transformação da economia de mercado
O socialismo de Estado “pôde” afundar-se, mas a economia de mercado como tal “não pode”. Pelo menos segundo Michael Brie, que não consegue reconhecer senão “o pathos vazio da ruptura absoluta”, o “apocalipse” etc. na minha análise teórica de que a modernização da economia de mercado também chegou ao seu fim histórico, devido ao limite absoluto autogerado no processo de valorização do trabalho abstracto (racionalização, globalização, etc.) e que, por isso, é necessária uma transformação social para além do sistema mercadoria-dinheiro, (ND-Forum de 16/17 de julho de 1994). Devo concluir daqui que Brie rejeita pura e simplesmente, à partida, qualquer alternativa concebível ao moderno sistema produtor de mercadorias. A sociedade humana deve continuar a ser uma sociedade “ganhadora de dinheiro” ou tem de perecer: esta é a sua conclusão (não a minha). ..."
SEMINÁRIO EXIT 2024
27 a 29 de Setembro, em Mainz
VIRAGEM À DIREITA E REBELIÃO CONFORMISTA
Roswitha Scholz
O valor e os "outros"
Correcções da crítica da dissociação-valor à teoria de Moishe Postone (1)
Moishe Postone é um clássico da crítica do valor e um dos indispensáveis 'componentes' da crítica da dissociação-valor. Sobretudo as suas reflexões no ensaio "Nacional-Socialismo e Anti-Semitismo", multiplamente recebido por muitas esquerdas, permanecem actuais face à crise mundial do capital (como deixam claro o desenfreado populismo de direita, a mania da conspiração etc.). No texto "O valor e os 'outros' – Correcções da crítica da dissociação-valor à teoria de Moishe Postone", Roswitha Scholz expõe os problemas da teoria de Postone decorrentes da ausência de uma teoria da crise, bem como da permanência dentro dos limites da perspectiva androcêntrica prevalecente na maioria das correntes que contam como crítica do valor. Scholz mostra que o problema do fetichismo, tal como desenvolvido por Postone, tem de ser elevado a uma nova qualidade através da crítica da dissociação-valor, qualidade necessária para poder dar conta da totalidade fragmentada da relação de dissociação-valor. (Apresentação do texto na exit! nº 20, Maio de 2023)
1. Introdução * 2. A ideia fundamental de Postone * 3. A teoria crítica de Adorno e Postone * 4. Crítica do valor e crítica da dissociação-valor * 5. Crítica da dissociação-valor e crítica da lógica da identidade * 6. Nacional-socialismo e anti-semitismo * 7. Crítica da dissociação-valor, racismo, sexismo, anti-semitismo * 8. Crítica da dissociação-valor e classe * 9. A importância de Postone hoje * Bibliografia
Este número da exit! começa com um texto de Robert Kurz: "Trabalho fetiche – O marxismo e a lógica da modernização", publicado já em 1994 (Fleischer, Helmut (ed.): Der Marxismus in seinem Zeitalter [O marxismo na sua época], Leipzig 1994, 162-184). Neste texto, Kurz explica que, com o fim da União Soviética, o marxismo até aí vigente também chegou ao seu fim histórico. A moderna categoria real do trabalho patriarcal era central para o marxismo como ideologia da modernização, (tal como para o liberalismo e para o fascismo). Em contraste com uma crítica categorial do capitalismo, que concebe o trabalho, a dissociação, o valor etc. como categorias históricas e assim torna concebível a sua ultrapassagem e abolição, em vez de positivar a sua imposição ou regulamentação (ou mesmo aluciná-las como determinação ontológica do ser humano), o marxismo formulou uma crítica do capitalismo do ponto de vista precisamente desse trabalho. Face à crise mundial do capital, o marxismo do movimento operário clássico, que pensa já ter reconhecido o factor decisivo na "luta de classes" e na "expropriação da propriedade privada", já não consegue captar a gravidade da realidade da crise. Com o fim da sociedade do trabalho, um ponto de vista do trabalho só pode ser reaccionário, como Kurz deixa claro. (Apresentação do texto na exit! nº 20, Maio de 2023)
“‘Continuar assim’ é a catástrofe”
Sobre a actualidade de Walter Benjamin
O artigo retoma a visão de Benjamin do progresso como catástrofe e relaciona-a com a crise do capitalismo que se agrava nas crises actuais. Para travar a catástrofe do “continuar assim”, é preciso reconhecer a crise como uma crise que já não permite alternativas no quadro da imanência capitalista. Isto torna ainda mais actual a insistência de Benjamin na interrupção. Que tem de ser entendida como uma ruptura com a forma de socialização capitalista.
Anti-semitismo de esquerda
Reacções ao ataque de 7 de Outubro
As primeiras reacções ao ataque terrorista do Hamas caracterizaram-se por expressões cautelosas de empatia com as vítimas, a condenação do terror e a solidariedade com o Hamas lado a lado. Nas manifestações pró-Palestina, no entanto, já não houve qualquer sinal de choque com o terror. A tónica foi colocada na “libertação” da Palestina e no Hamas como parte da luta de “libertação” contra Israel. “Esperança para a Palestina ... Grupos de resistência de esquerda apoiam ofensiva contra Israel”, aplaudiu o 'Junge Welt'.1 Durante tais ofensivas o ódio contra Israel é descarregado em slogans como “Os sionistas são fascistas, assassinam crianças e civis”.2 Nas bancadas da Conferência Rosa Luxemburgo ouviram-se vozes com as quais o programa oficial não se queria identificar, mas que no entanto davam uma ideia do que move os corações e as mentes da esquerda: o Hamas seria necessário para reforçar a “consciência de classe socialista”, o seu ataque seria “uma resposta esperada a décadas de opressão”. Não se trataria de justificar o ataque, mas de ajudar a “entendê-lo”. ... "
Com o terror do Hamas desencadeia-se o anti-semitismo em todo o mundo
O bárbaro ataque do Hamas no sábado, 07.10.23, foi o mais grave ataque a Israel desde a criação do Estado. "A guerra de terror do Hamas contra Israel, e especialmente a sua brutalidade contra os civis, ultrapassa tudo o que se possa imaginar. Pessoas inocentes, jovens e idosos, estão a ser chacinados, mortos a sangue frio, raptados e humilhados. Milhares de mísseis são disparados contra Israel e os terroristas não se detêm na profanação dos cadáveres... Num sábado em que foram assassinados mais judeus do que em qualquer outro dia desde a Shoá", escreve o Conselho Central dos Judeus. Muitos reféns que foram levados para a Faixa de Gaza ainda hoje estão nas mãos do Hamas. Israel está a ser chantageado com eles e os israelitas raptados, tal como a população civil, estão a ser expostos à morte como escudos humanos contra a resistência militar israelita. ..."
Thomas Meyer
exit! Crise e Crítica da Sociedade das Mercadorias, nº 21
Índice e Editorial
A inteligência artificial como mito e fetiche
O progresso e o desenvolvimento sempre estiveram entre os principais artigos de fé do capitalismo. Os sucessos (muitas vezes duvidosos) da transformação técnica e da utilização da natureza e dos seres humanos não podem ser ignorados. Mas estes desenvolvimentos também podem ter consequências psicossociais e ecológicas fatais. Não se pode dizer que o progresso técnico seja uma boa ideia em si mesmo, ou que conduza efectivamente a uma maior prosperidade, como muitas vezes se afirma. Os desenvolvimentos técnicos, ou melhor, os paradigmas de desenvolvimento técnico, situam-se no contexto do movimento de valorização do capital. ..."
Tomasz Konicz
A grande regressão
"...Ao reflectir sobre a catástrofe da esquerda alemã, parece contraproducente apontar o dedo a actores individuais que, com as suas acções, promoveram a desintegração que agora se verifica abertamente. Se ainda é possível um novo começo baseado na crítica radical, seria fundamentalmente errado tentar atribuir as causas da ascensão da frente transversal e da correspondente perda de significado da esquerda a culpados individuais – por mais influentes que tenham sido –, o que, em última análise, equivaleria a uma simples personificação. Seria o primeiro passo na direcção errada. As causas da ascensão da frente transversal, que conseguiu desenvolver um peso muito maior na actual crise sistémica do que nos anos 20 ou 30 do século XX, são mais profundas do que a luta pelo poder e a megalomania de uma Sahra Wagenknecht. ..."
A inteligência artificial como impulso final de automatização
A implementação generalizada de sistemas de inteligência artificial na sociedade do trabalho levará ao extremo a contradição em processo no interior do capital. (IA e capital, parte 3)
Inteligência artificial e administração da crise
Controlo, marginalização, imobilização ou contra-insurgência – os sistemas de IA estão predestinados a gerir a crise global do capital. (IA e capital, parte 2)
Inteligência artificial e indústria cultural
O surto tecnológico desencadeado pela indústria da IA vai revolucionar a produção de ideologia nas sociedades centrais do sistema mundial
A forma final de Sahra
O novo partido de Sahra Wagenknecht, BSW, dificilmente prejudicará a AfD, mas deslocará o peso político ainda mais para a direita
A crise para lá da bolha
A estagnação está para durar? Perspectivas da economia mundial após o fim da economia de bolhas financeiras globalizada
O ar da especulação está a sair lentamente da máquina da valorização global – mas ainda quase ninguém parece ter dado por isso. No início de 2024 o Banco Mundial alertou para uma "década perdida", uma vez que a primeira metade desta década estava prestes a apresentar o pior desempenho económico em mais de 30 anos.1 Sem uma "grande correcção de rumo", os anos 20 do século XXI ficarão na história como uma "década de oportunidades perdidas", concluiu o economista-chefe do Banco Mundial, Indermit Gill, ao apresentar as previsões para o ano em curso..."
Felipe Catalani
Tempestade de Al-Aqsa: Banho de sangue, sacrifício e convite ao suicídio
Para o atual “anti-imperialismo” elites russas e árabes são aliados objetivos, assim como o proletariado israelense e americano são inimigos naturais
A guerra na Ucrânia, que desde a invasão russa no início de 2022 produziu cerca de meio milhão de mortos [1], é acompanhada agora, no mesmo ritmo da conflagração global de um mundo à beira do abismo, por um não menos destrutivo conflito, desencadeado pelo massivo ataque de Hamas a Israel no dia 7 de Outubro. De forma assombrosa, não faltou quem celebrasse como um glorioso “levante popular” de resistência contra a opressão tal assassinato de 1.300 pessoas, que incluiu um banho de sangue em uma festa e cenas como um grupo de homens erguendo como um troféu o corpo ensanguentado de uma mulher aos gritos de “ʾAllāhu ʾakbar” (Deus é O Maior), enquanto a enfiavam dentro de um jipe. Tal felicidade incontida por parte dos que exaltaram esse mega-pogrom, que só se explica pelo gozo antissemita de ver sangue judeu derramado (a contraparte de todo ato de terror), é tão mais absurda quanto era claro e absolutamente previsível o massacre palestino que se seguiria e a imediata resposta militar de Netanyahu, que em 6 dias lançou mais bombas sobre Gaza que os Estados Unidos lançou sobre o Afeganistão em um ano, acumulando milhares de mortos de forma ininterrupta. Nos braços de crianças, ainda vivas, escreve-se seus nomes para que sejam identificadas quando mortas, sob os escombros. Se tal retaliação era previsível para quem, de longe, acompanha os “eventos”, certamente ela o era para o Hamas. "
Tomasz Konicz
O crescimento do fascismo
A crise do capital está a levar massas de eleitores para a AfD – mesmo com influentes gestores do capital a polemizar publicamente contra os extremistas de direita
Há, de facto, definições fascistóides de fascismo. Estes pontos de vista, que estão sobretudo difundidos entre os produtos da decadência dos movimentos da velha esquerda virando castanha, vêem o fascismo, que é frequentemente alimentado pela mania da conspiração, como uma conspiração em si. A ideia básica é que os malvados ricos, actuando em segundo plano, usam homens de palha fascistas para incitar os bons dos pobres uns contra os outros, a fim de lucrarem com isso ou de assegurarem o seu domínio.1 Esta crença da pseudo-esquerda na conspiração é normalmente a expressão de uma hegemonia de direita já largamente alcançada. Ganha popularidade na fase final da fascização de uma sociedade, quando até os seus opositores são inconscientemente capturados por ela. ..."
Sobre profetas do crash, putschistas, preparadores e aproveitadores da crise
A ideologia de direita na crise
O artigo "Sobre profetas da catástrofe, preparadores e aproveitadores da crise – Ideologia de direita na crise" de Tomasz Konicz tenta delinear os elementos mais importantes da ideologia de crise e da práxis de direita nos últimos anos – desde o colapso da bolha imobiliária transatlântica até à crise dos refugiados e à pandemia de coronavírus. Partindo da recepção instrumental da teoria da crise de Marx e da crítica do valor pelos mestres da nova direita, os movimentos, narrativas e ideologias individuais são examinados na sua interacção com os respectivos episódios de crise: Desde as cliques de extrema-direita e putchistas no aparelho de Estado, passando pelo chamado movimento prepper e pela interpretação reaccionária e estruturalmente anti-semita dos acontecimentos da crise por autores de extrema-direita, até à diferenciação sem fim da loucura, no séquito dos protestos de pensamento transversal. Finalmente deve ser salientada a função irracional da ideologia de direita, que é totalmente absorvida nas tendências sociais e ecológicas de autodestruição que o capital está evidentemente a executar na sua crise letal. (Apresentação do texto no editorial da exit! nº 19, 2022)
1. Instrumentalização da crítica do valor pelos "mestres" da direita * 2. A luta estatal de Kubitschek na crise * 3. Planos de golpe de Estado e de assassínio em massa * 4. Os preparadores e a desintegração do Estado * 5. Os profetas do crash * 6. Alucinação de crise e pulsão de morte * Bibliografia
O cálculo de Putin está a resultar
A médio prazo a Ucrânia vai perder a guerra contra a Rússia – a única questão é saber qual o preço a pagar
Até que ponto está má a situação para a Ucrânia? Bem, no final de novembro, a Casa Branca sentiu-se obrigada a desmentir as notícias de que os Estados Unidos e a Alemanha queriam persuadir Kiev a entrar em conversações de paz com a Rússia. As negociações equivaleriam a um "monólogo de rendição" e não havia sinais de uma vontade "substancial" de negociar por parte do Kremlin, explicou um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano. Os media ocidentais tinham noticiado anteriormente que diplomatas europeus e norte-americanos tinham visitado Kiev para explorar as condições para negociações de paz. No início de novembro, a NBC noticiou que foram elaborados "esboços" sobre "aquilo a que a Ucrânia teria de renunciar para chegar a um acordo".
Thomas Meyer
Alternativas ao capitalismo
Em teste: Ecossocialismo
1. Introdução * 2. O discurso ecológico em Marx e Engels * 3. Sobre a "dialéctica" do processo de metabolismo com a natureza * 4. Sobre as "estratégias de superação" burguesas da crise ecológica * 5. Sobre a crítica do "industrialismo" * 6. Ecossocialismo e teoria marxiana da crise * 7. O papel do Estado * 8. Perspectivas * Bibliografia
Tomasz Konicz
Desacoplamento transatlântico?
Como é que os Estados Unidos estão a conseguir ultrapassar economicamente a zona euro? E será que esta tendência vai durar?
Os Estados Unidos parecem estar a ultrapassar a zona euro do ponto de vista económico. Nas últimas semanas, as principais publicações de negócios dos Estados Unidos e do Reino Unido, o Wall Street Journal (WSJ)1 e o Financial Times (FT),2 centraram-se no crescente fosso económico entre as economias ocidentais, que deverá aumentar no próximo ano de acordo com as últimas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o FMI o produto interno bruto (PIB) dos EUA crescerá 1,5% em 2024, ao passo que na zona euro se prevê um crescimento de apenas 1,2%..."
Inflação, crash financeiro ou recessão?
O que é que pode ser? Breve panorâmica das contradições da política de crise capitalista no exemplo dos Estados Unidos
É tempo de festa! A 3 de novembro as bolsas de valores dos Estados Unidos encerraram a melhor semana de negociações do ano em curso,1 após a publicação de números miseráveis do mercado de trabalho americano. Em outubro a economia americana criou apenas 150.000 novos postos de trabalho, contra 297.000 em setembro, o que fez com que a taxa de desemprego passasse de 3,8 para 3,9 por cento no mesmo período. Este abrandamento total equivale a uma redução para metade do crescimento do emprego, o que aponta para um abrandamento económico grave, talvez mesmo para uma recessão. Isto não é motivo para a festa que se pode ver na bolsa!
O socialismo como modelo descontinuado
O socialismo real foi na realidade "uma verdadeira economia burguesa do estado de necessidade", cuja coerção impiedosa não podia ser quebrada, nem mesmo pela "participação democrática" dos trabalhadores? Robert Kurz responde à análise de Kurt Hübner sobre a economia da RDA e às suas propostas para melhorar a situação desta (KONKRET 1/90) com uma crítica à "mentira vital fundamental" dos teóricos de esquerda, "de que um 'mercado', mesmo planeado, poderia constituir uma reprodução socialista".
"'CONTINUAR ASSIM' É A CATÁSTROFE"
Sobre a actualidade de Walter Benjamin
1. Porquê Walter Benjamin?
Há cerca de 100 anos que Walter Benjamin escreveu o fragmento "O capitalismo como religião" (Benjamin 1991, 100-103). Este aniversário foi uma oportunidade para voltar a olhar para Benjamin. A relação entre a frase de Benjamin "'Continuar assim' é a catástrofe" (Benjamin 2015d, 592) e a crise do capitalismo que se agrava nas chamadas crises múltiplas emergiu numa constelação. Esta constelação ilumina o carácter explosivo da crise e o perigo das catástrofes que a acompanham. ..."
TECNOLOGIAS APOCALÍPTICAS
O complexo económico-científico e a destrutiva objectivação do mundo
A ciência moderna, até onde sabemos, é o projeto mais bem-sucedido da história da humanidade. Mas de longe o mais catastrófico também. Sucesso e catástrofe não se excluem necessariamente, muito pelo contrário: o maior dos sucessos pode encerrar o maior potencial de catástrofe. Ora, a partir do século 17, foi acumulado mais conhecimento sobre a natureza do que em todos os séculos anteriores, mas à esmagadora maioria das pessoas tal conhecimento se mostrou até hoje, em termos gerais, apenas de forma negativa. Com o auxílio da ciência aplicada à tecnologia, o mundo não se tornou mais belo, e sim mais feio. E a ameaça da natureza que pesava sobre as pessoas não diminuiu na natureza tecnologicamente remodelada pelas próprias pessoas, e sim aumentou. ..."
Tecnologias Apocalípticas - (Robert Kurz; Junho 2001)
Roswitha Scholz
exit! Crise e Crítica da Sociedade das Mercadorias, nº 20
Índice e Editorial
Tomasz Konicz
A crise da dívida está a tornar-se multipolar
Cada vez mais países da América Latina, África e Ásia estão sobreendividados ou mesmo em situação de falência. A China também é afectada por esta crise como credora e tem de conceder empréstimos de emergência para proteger os seus próprios bancos do incumprimento..."
Senhor Kant, tenha piedade de mim!
Deus em julgamento na crise do coronavírus
Nota prévia * 1. A crise do coronavírus e a questão de Deus * 2. As ciências e Deus * 3. A teologia perante o tribunal da modernidade * 4. A graça da ‘razão prática’ * 4.1 A autonomia do moral como forma metafísica pura * 4.2 Teólogos em busca de graça para Deus no tribunal de Kant e a desgraça das condições * 5. A liberdade de Magnus Striet … * 6. ... e o "imperativo categórico" real associado a esta liberdade * 7. "Ora diga lá o que pensa da religião?" (Goethe) * 8. A teodiceia em foco: "Questionar Deus" face ao sofrimento (Metz) – ou antes pedir conselho a Kant (Striet)? * 8.1 Deus perante o tribunal moral de Kant * 8.2 O formalismo cega – ‘Questionamentos’ a um pensamento em ‘formas puras’ * 8.2.1 Um conceito de Deus vazio de conteúdo * 8.2.2 Às vezes desta maneira, às vezes daquela, ... formalmente vale tudo * a) O homicídio como cumprimento do dever * b) Ou antes ‘democracia radical’ com "teologia política 'segundo' o pós-modernismo"? * 9. A teodiceia na teologia sócio-crítica como "questão da salvação dos que sofrem injustamente" * 10. Pathos afirmativo da liberdade versus negação sócio-crítica * 11. Considerações finais: O apelo à liberdade na crise do coronavírus
Thomas Meyer
Catástrofe climática e "liberdade de consumo" – Sobre a miséria dos "discursos de liberdade" burgueses (tardios)
A Intelligentsia depois da luta de classes
(1)Da desconceitualização à desacademização da teoria
Posfácio de Roswitha Scholz
Desde a publicação do texto "A Intelligentsia depois da luta de classes", muita coisa aconteceu na paisagem teórica: "Enquanto nos anos 90 parecia ter-se chegado ao "fim da história" – ao limiar da pós-história, como sugeria a falta de alternativa ao modelo ocidental de democracia de mercado estável –, ou se confiava nas promessas da globalização, da digitalização ou da sociedade do conhecimento, entretanto o horizonte do progresso parece ter encolhido rapidamente. E o ‘modelo ocidental’ também está a recuar geopoliticamente [...]. A auto-reflexão que todas estas crises induzem continua, no entanto, a depender, pelo menos implicitamente, da teoria social ou de outros modelos de desenvolvimento social em grande escala: Como classificar os fenómenos mencionados, como explicá-los e que consequências se podem esperar? Que alternativas são concebíveis, quais seriam desejáveis?" (17)
Udo Winkel
PARIS – CIDADE DOS REBELDES
Afinal, foi em Paris que, após séculos de conflitos sangrentos, se inventou a revolta popular.
Andrew Hussey
Paris não apenas é considerada a cidade do amor, mas no século XIX foi considerada a "capital da revolução". Já em Fevereiro de 1358 teve lugar a primeira revolta dos parisienses contra a nobreza, e em 12 de Maio de 1588 estudantes e professores da Sorbonne construíram as primeiras barricadas na Place Maubert, no Quartier Latin. "Barriques" eram barricas cheias de areia e pedras que bloqueavam as ruas. No Estado central França, a capital Paris pôde desempenhar um papel dominante. Já na Idade Média muitas heresias emanavam da Universidade da Sorbonne, e até o Maio de 1968 mostrou uma Paris rebelde. Isto significa que Paris foi também a cidade dos revolucionários e dos rebeldes, dos intelectuais, escritores e artistas radicais e, naturalmente, dos emigrantes. Assim, nos séculos XIX e XX, os comunistas, os socialistas e os anarquistas que foram obrigados a fugir, mas também os escritores da oposição, ficaram por lá. ..."
Thomas Meyer
Debate livre para cidadãos livres?
Notas sobre a cultura do cancelamento e as críticas a ela dirigidas
"Cultura do Cancelamento [...] é uma expressão na moda do político, que se refere a esforços sistemáticos para com parcialidade excluir socialmente pessoas ou organizações acusadas de declarações ou acções ofensivas, discriminatórias, racistas, anti-semitas, de ideologias da conspiração, belicistas, misóginas, de desprezo pelas mulheres ou homofóbicas" (Wikipedia). Muitos vêem agora a liberdade de expressão e a diversidade ameaçadas pela cultura do cancelamento. Clássicos liberais como Voltaire e John Stuart Mill são frequentemente invocados. Aponta-se para a importância de se poder ouvir e tomar conhecimento de vozes dissidentes (sem pluralidade de opiniões não haveria progresso no conhecimento), bem como para o perigo da censura e do ostracismo na sociedade civil (boicote, banimento de um site...).
Teologia da libertação – convocada para o serviço na frente transversal!
Agora a teologia da libertação também foi apanhada. Roland Rottenfußer, que trabalhou como jornalista na revista espiritual “connection” de 2001 a 2005 e é actualmente editor-chefe da “Rubikon”, ordena-lhe que vá para a frente transversal. No seu artigo O Grito dos Pobres,1 ele recorre a abordagens da crítica do capitalismo associadas à teologia da libertação. Isto com o propósito de dar um impulso teológico à resistência contra a política do coronavírus e contra as crises posteriormente encenadas em torno da guerra, da inflação e da escassez de gás, alimentando-a com uma aura de bênção..."
Tomasz Konicz
China: Múltiplas crises em vez de hegemonia
Por que a República Popular capitalista-estatal não herdará o poder hegemônico dos EUA
Thomas Meyer
Alternativas ao capitalismo – Em teste: Movimento pós-crescimento, commons e a questão da "síntese social"
1. Introdução * 2. Matriz apriori e crítica afirmativa * 3. Movimento pós-crescimento e crise ecológica * 4. Commons – e síntese social * 5. Conclusão * Bibliografia
Sustentabilidade para todos
O movimento pela paz acabou quando Nicole cantou 'Um pouco de paz' e Ronald Reagan se juntou à cadeia humana com a sua família. Hoje em dia, qualquer fabricante de armas e torturador é a favor de "um pouco de paz", e pela democracia de qualquer modo. O mesmo se aplica ao movimento sócio-ecológico com o arbitrário conceito de "sustentabilidade", que passa ao lado de uma crítica fundamental do cálculo da economia empresarial. ..."
Tens de dizer "ditadura da saúde"!
Quem é o melhor a regredir?
Um reflorescimento da metafísica
como porto seguro no meio da crise da igreja e da sociedade?
Com este artigo recordamos o teórico social Robert Kurz morto há dez anos. Devemos-lhe muitos conhecimentos que também são importantes para a reflexão teológica. Também foi ele que cunhou o conceito de metafísica real, ao qual nos referimos neste texto.
Thomas Koch
Sobre a actualidade de "Sinal verde para o caos da crise" de Robert Kurz
1. Introdução * 2. Sintomas * 3. Causas * 4. O desfazer do consenso automóvel * 5. Chegada ao caos da crise ou quão louca é a sociedade automóvel? * 6. Dias livres para um futuro e ideologia verde * 7. Mobilidade eléctrica e condução autónoma – A miséria com o futuro * 8. Será que o caminho-de-ferro vai afinal ganhar contra o automóvel? * 9. Condução autónoma como simbiose de sujeito e objecto * 10. Conclusão * Bibliografia
Frank Grohmann
Considerações sobre a obra de Robert Kurz, por ocasião do décimo aniversário de seu falecimento
Escalada da Guerra de Ordenamento Mundial sobre a Ucrânia
1. Contextos estruturais * 2. Fenómenos de crise no Ocidente 'vitorioso' * 3. A crise na Ucrânia e a crise na Rússia * 4. Autocracia russa versus democracia ocidental? * 4.1 Autocracia russa * 4.2 Valores ocidentais e democracia * 5. Dinâmica de escalada e de loucura * 5.1 Escaladas num debate confuso e insano * 5.2 'America locuta, causa finita'? * 6. Considerações psicossociais * 7. A perigosidade da situação actual * 8. O que resta (fazer)?
Thomas Meyer
Crítica categorial e a necessária questão das alternativas ao capitalismo (1)
1. Posição inicial: crise e crítica * 2. Os limites do protesto * 3. A crítica necessária e os seus pressupostos * 4. O "querido" dinheiro e a falsa imediatidade de diversas "alternativas" * 5. Riqueza material versus riqueza abstracta – Sobre a crítica do crescimento * 6. A dialéctica natureza-sociedade * 7. Observações finais * Bibliografia
Interromper a propaganda da guerra! Em vez de: Em frente para a catástrofe
A guerra da Rússia contra a Ucrânia está numa escalada cada vez mais perigosa, que pode conduzir a uma guerra mundial nuclear. Em vez do "mais do mesmo" sem sentido, a necessidade do momento seria a interrupção reflectida. ..."
Roswitha Scholz
Entrevista a Roswitha Scholz (2021) sobre o desenvolvimento da crítica da dissociação-valor
Comentário de Herbert Böttcher e da Redacção acerca do debate sobre coronavírus na exit
No exit? – Teorias económicas do colapso ligadas a Marx
Entrevista da redacção da revista Narthex a Herbert Böttcher
Roswitha Scholz
Marxismo – Feminismo – Teoria Crítica hoje ... e a Crítica da Dissociação-Valor
Sobre a problemática insistência em experiência, práxis, empiria, sujeito, classe e "realidades vividas" das mulheres na decadência do patriarcado capitalista
Introdução * 1. Marxismos tradicionais e suas modificações em concepções feministas * 1.1 Lise Vogel: O marxismo e a opressão das mulheres* 1.2 Cinzia Arruzza: Marxismo e Feminismo * 1.3 Silvia Federici: Feminismo e colonização * 1.4 Tove Soiland: Esboços de um feminismo marxista no século XXI * 1.5 Gabriele Winker: A revolução dos cuidados * 2. Beatrice Müller: Uma reinterpretação marxista tradicional da teoria da dissociação-valor? Abjecção-valor versus dissociação-valor * 3. Teoria crítica e feminismo hoje * 3.1 Lisa Yadhoshara Haller: Capital, género, Estado * 3.2 Sarah Speck: Sociologia, teoria crítica e feminismo * 3.3 Barbara Umrath: Teoria crítica e estudos de género nas ciências sociais * 4. O sujeito político mulher, as realidades vividas das mulheres e a "experiência" como base da política feminista. "Outside the Box": A queda de uma revista? * 5. Resumo: Feminismo, marxismo, teoria crítica e dissociação-valor como contraditório contexto de socialização em decadência. A insistência na experiência, na "realidade vivida", no marxismo tradicional, na classe e afins em tempos incertos * Bibliografia
Ucrânia: Uma guerra pelo ordenamento mundial que se está a desintegrar
O cínico ataque da Rússia à Ucrânia deve ser condenado sem "se" nem "mas", e de modo nenhum pode ser justificado. Deixa mortos e feridos, obriga as pessoas a fugir e destrói infra-estruturas vitais. Com esta guerra, as "guerras de ordenamento mundial" estão a atingir um novo e perigoso nível de escalada. Desde as batalhas no Iraque e na ex-Jugoslávia nos anos noventa, têm sido travadas principalmente em Estados em ruínas e em torno deles, principalmente no Sul global. Destruíram o modo de vida de inúmeras pessoas. Até hoje, estão a levar cada vez mais gente à fuga e à morte."
Roswitha Scholz
Luta das mulheres = Luta de classes como resposta à crise fundamental? O género mais uma vez como contradição secundária!? Crítica do manifesto "Feminismo para os 99%"
Roswitha Scholz
O capitalismo, a crise ... o divã – e o declínio do patriarcado capitalista
Notas críticas sobre o marxismo lacaniano de Slavoj Žižek e Tove Soiland
Roswitha Scholz
1. Introdução * 2. Pontos-chave da teoria de Žižek * 2.1 Lacan e Hegel * 2.2 Crítica do pós-modernismo * 2.3 Economia, ideologia e socialização fetichista * 3. Žižek e a crítica da dissociação-valor * 3.1 Marx e Adorno * 3.2 Economia, ideologia e socialização fetichista * 3.3 Psicanálise – Crítica social – Psicologia social – Carácter social narcisista hoje * 3.4 Resumo: Žižek e a crítica da dissociação-valor * 4. Tove Soiland, Žižek, Irigaray e esboços de um marxismo feminista? * 4.1 Tove Soiland e a sua crítica feminista do sujeito pós-edipiano * 4.2 A crítica estruturalista do valor de Tove Soiland * 4.3 Tove Soiland e seus esboços de um feminismo marxista: Luxemburgo e Bennholdt-Thomsen na perspectiva de um capitalismo/patriarcado capitalista que eternamente se vai regulando * 4.4 Tove Soiland e as diferenças em relação à crítica da dissociação-valor * 5. Žižek, Soiland e a crítica da dissociação-valor * Bibliografia
O capitalismo, a crise ... o divã – e o declínio do patriarcado capitalista - (Roswitha Scholz; exit! nº 17 Abril 2020)
Como é que prefere, mais liberal ou mais repressivo?
A ética entre a liberdade e a repressão
1. Kant como professor primário de moral * 1.1 Do fracasso da Razão Teórica à "Metafísica dos Costumes” * 1.2 A autonomia do moral como pura forma metafísica * 1.3 Ora assim, ora assado, ... formalmente vale tudo * 2. A ética na crise do capitalismo * 2.1 A justiça eticamente exigida * 2.2 A ética do discurso como fórmula mágica * 2.3 Responsabilidade pessoal como ética de auto-submissão * 3. Ora solidário – ora liberal * 3.1 Sobre a normatividade da democracia como "sociedade aberta" * 3.2 Sujeito e normalidade * 4. O que é que isto tem a ver com Kant? *
Roswitha Scholz
O ASSELVAJAMENTO DO PATRIARCADO
NA PÓS-MODERNIDADE
O Asselvajamento do Patriarcado na Pós-Modernidade - (Roswitha Scholz; Janeiro 2000)
O LIVRO NEGRO DO CAPITALISMO - Robert Kurz; Maio 1999 (pdf)
O LIVRO NEGRO DO CAPITALISMO - Robert Kurz; Maio 1999 (epub)
O Livro Negro do Capitalismo
Epílogo
Pessoas privadas de qualquer autodeterminação das suas vidas sob o ditame da "responsabilidade pessoal" capitalista, não sendo elas próprias nada, inevitavelmente pedem uma "receita" quando se vêem sem saída no seu modo de viver. Apenas provam assim que até a ultrapassagem do capitalismo querem manter presa nas categorias capitalistas. Pois uma "receita" já pressupõe que a autodeterminação a que se aspira tem de proceder de acordo com os padrões prefabricados de uma instância externa, ou seja, que a si própria se desmente. O que pode ser dado não são "receitas" de acordo com um sistema social de construção modular (que não seria senão tecnologia social, que só pode ter lugar no capitalismo), mas sim critérios de emancipação. A "horizontal mal-comportada" não começa com o desenrolar de um programa preconcebido, mas sim com a rebelião social contra as imposições ultrajantes da "economia de mercado e democracia".
Thomas Meyer
As "catástrofes naturais sociais" e o novo movimento de defesa do clima
O espírito do mundo anda por aí... ou estará talvez a chegar ao fim?
A crise que veio do Leste
Contra a ilusão da "vitória" do Ocidente e da sua economia de mercado
Entre a auto-referencialidade e a solidariedade?
O coronavírus no vazio do capitalismo
"A Tabuada do Iluminismo"
Thomas Meyer
Sobre a persistente aporia da história – Aditamento a "Dinheiro – é claro, não é?"
Roswitha Scholz
Exit! – Ora diga lá o que pensa da religião?
Um esclarecimento
Moria – Uma Catástrofe Previsível
Roswitha Scholz
It’s the class, stupid? Desclassificação, degradação e renascimento do conceito de classe (1)
Roswitha Scholz
Entrevista à revista konkret, Julho de 2020
Fetichismo Sexual
Notas sobre a lógica de feminilidade e masculinidade
1. O fim da velha crítica do capitalismo e as dores do marxofeminismo * 2. O teorema da dissociação * 3. Excurso I: Relação de género e crítica das "grandes teorias” * 4. Excurso II: A dimensão psicanalítica na crítica da forma de mercadoria * 5. A metafísica do valor de uso * 6. O misticismo da esfera do consumo * 7. O que é a sensibilidade? * 8. A miséria do luxo capitalista * 9. Formas de pseudo-emancipação de género * 10. A "ilusão do grande casal" no fim da sociedade das mercadorias
Regresso à normalidade capitalista?
Roswitha Scholz
‘A democracia continua a devorar os seus filhos’ – hoje ainda mais!
Reflexões sobre um texto de 25 anos e alguns comentários críticos sobre o artigo de Daniel Späth 'Frente transversal em toda a parte!’
Introdução * 1. Argumentação fundamental * 2. Dimensões em que o novo radicalismo de direita se manifesta * 2.1 Economia * 2.2 Análise de classe obsoleta * 2.3 Partidos, política e radicalismo de direita * 2.4 Aparelho de violência: forças armadas e polícia * 2.5 Os de 1968 e o novo radicalismo de direita * 2.6 Relações de género e feminismo * 2.7 Porque tem o país de se modificar...? * 3. Resumo: A democracia devora os seus filhos – hoje * 3.1 Continuidades e rupturas * 3.2 ‘Frente transversal em toda a parte!’? * Bibliografia
Coronavírus e o Colapso da Modernização
"Ao compasso do dinheiro", de Eske Bockelmann
O Ritmo do Absoluto "Ao compasso do dinheiro", de Eske Bockelmann - Claus Peter Ortlieb; Abril de 2004) Deutsch
Thomas Meyer
Entre a autodestruição e a ilusão de viabilidade tecnocrática
O transumanismo é a higiene racial actual
1. Introdução * 2. Sobre a produção de ideologia das ciências * 3. A mania da optimização transumanista: eugenia, aperfeiçoamento e perpetuação das fantasias do sujeito burguês * 4. O transumanismo como culto da morte da imanência total * 5. O transumanismo como espectáculo de masturbação narcisista * 6. Conclusão * Bibliografia
Ilusão Matemática
Ilusão matemática - Claus Peter Ortlieb; exit! n º 15; Abril de 2018) (pdf) Deutsch
Objectividade Inconsciente
Aspectos da Crítica das Ciências Matemáticas da Natureza
Objectividade Inconsciente - (Claus Peter Ortlieb; 1998) Deutsch Español
Superação da Forma
Entrevista de Wilhelm Beermann
Roswitha Scholz
O fim da pós-modernidade e a
ascensão de "novos" pseudo-realismos.
Objecções da crítica da dissociação e do valor ao novo realismo,
ao realismo especulativo e ao aceleracionismo
O artigo aborda as muito discutidas linhas de pensamento do novo realismo, do realismo especulativo e do aceleracionismo. Embora com isso regressem ao centro das atenções conceitos como verdade, realismo, materialismo e "coisa em si" (Kant), ao contrário do desconstrucionismo até recentemente dominante, no entanto, significativamente, ao mesmo tempo esses conceitos voltam a ser revogados, como se verá. A constituição fetichista da socialização patriarcal capitalista, que é o que importa agora, permanece excluída. Em vez disso, tais linhas de pensamento voltam a cair de maneiras diferentes no positivismo, na racionalidade, na ideia de progresso e/ou num irracionalismo, ou seja, em arquétipos do pensamento burguês-patriarcal, que se alimenta em grande parte da dissociação do feminino. Elas provam ser completamente incapazes de contribuir com qualquer coisa para transcender a catastrófica socialização patriarcal capitalista. Tais movimentos de pensamento são, portanto, mais uma fuga à realidade do que uma preocupação em transcendê-la (criticamente).(Apresentação do texto na exit! nº 15.
Boaventura Antunes
AS DÉCADAS DA ANTÍGONA
As Décadas da Antígona - (Boaventura Antunes; Abril de 2019)
A Guerra de Ordenamento Mundial
O Fim da Soberania e as Metamorfoses do Imperialismo na Era da Globalização
A GUERRA DE ORDENAMENTO MUNDIAL - Robert Kurz (pdf)
A crise do sistema mundial e o novo vazio conceptual - (Robert Kurz; Janeiro de 2003) Español
As Metamorfoses do Imperialismo - Capitulo 1. (Robert Kurz; Janeiro 2003) Español English
Os Fantasmas Reais da Crise Mundial - Capitulo 2. (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
O Médio Oriente e a Síndrome do Anti-Semitismo - Capitulo 4. (Robert Kurz; Janeiro 2003) Deutsch
O Império e os Seus Teóricos - Capitulo 7. (Robert Kurz; Janeiro 2003)
Da guerra de ordenamento mundial Ao amoque nuclear? - Capitulo 11. (Robert Kurz; Janeiro 2003)
Roswitha Scholz à conversa com Kim Posster
Entrevista à Jungle World de 28.02.2019
Boaventura Antunes
O FIM DA “SOCIEDADE DO TRABALHO” E O FIM DA SOCIEDADE DO DINHEIRO
(Introdução ao debate do livro de Yuval Noah Harari Sapiens: História Breve da Humanidade)
Roswitha Scholz
El sexo del capitalismo
Teorías Feministas y Metamorfosis Posmoderna del Patriarcado
Introducción:
Sobre el problema de la culturalización de lo social desde los años 80.
La teoría de Marx no juega un papel importante en el feminismo, al menos desde la caída del bloque oriental. Preguntas que dominaron la discusión hasta mediados de los años ochenta (por ejemplo: ¿Cómo puede la llamada "cuestión de género", la relación asimétrica de género, estar orgánicamente ligada a la concepción de Marx? ¿Cómo se puede desglosar la neutralidad de género de las categorías marxianas? ¿Cuáles son las indagaciones teóricas necesarias para este propósito?), hoy parecen sólo propias del pasado. En un momento en el que las grandes crisis sociales, económicas y ecológicas sacuden literalmente al mundo, en el que innumerables guerras civiles se desatan en todo el planeta, en el que la situación de penuria social se agudiza cada vez más, en el que se hicieron ostensibles los etnofundamentalismos y nacionalismos, en el que la destrucción de las bases naturales guiada por la lógica de los costes de las empresas progresa y en el que se cierne la amenaza constante de crash financiero, las denominadas "grandes teorías", que podrían esclarecer conceptualmente la situación de la crisis mundial, han caído en descrédito."
Gris es el árbol dorado de la vida,
verde es la teoría
El problema de la praxis como un tema recurrente de una crítica truncada del capitalismo y la historia de la izquierda
Cinzenta é a Arvore Dourada da Vida e Verde é a Teoria - (Robert Kurz; EXIT! nº 4 Junho de 2007) Deutsch
Ler Marx!
Os textos mais importantes de Marx para o século XXI
Editados e comentados por Robert Kurz
Tradução de Boaventura Antunes
"Marx Lesen", Frakfurt am Main: Eichborn, 2001. ISBN 3-8218-1644-9.
As Metamorfoses do Yuppie Teutónico
Prefácio à nova publicação
A MULHER COMO CADELA DO HOMEM
O FIM DA ECONOMIA NACIONAL
Thomas Meyer
Nota prévia a "A crise do valor de troca", de Robert Kurz
"Apresenta-se aqui expressamente de novo um texto fundamental da crítica do valor, "A crise do valor de troca", escrito por Robert Kurz há já 32 anos. Este texto foi o ponto de partida para posteriores textos e livros sobre a teoria da crise, em que as ideias deste texto continuaram a ser desenvolvidas ou foram mais explicadas, não em último lugar tendo por fundo uma crítica da crítica androcêntrica do valor, formulada por Roswitha Scholz no seu texto "O valor é o homem" (1) e em vários outros. Note-se que este texto fundamental da teoria da crise não é mencionado em lado nenhum por Trenkle e Lohoff no seu livro "A grande desvalorização" (2), sendo que "O colapso da modernização" (3), também de Robert Kurz, é mencionado apenas de passagem, numa nota de pé de página. É uma desonestidade sugerir que a teoria da crise teria saído mais ou menos da cabeça deles (citando aí os dois autores para o efeito também Postone e Konicz)..."
Thomas Meyer
Big Data e o novo mundo inteligente como estádio supremo do positivismo
1. Introdução: A mediação da teoria e da empiria como totalidade concreta * 2. Algumas ideias críticas sobre o uso da matemática nas ciências (sociais) * 3. A física social de Alex Pentland * . 4. Matemática aplicada como meio de repressão * 5. A Internet das Coisas e a idiotice do indivíduo abstracto * 6. Excurso: Sobre o problema da ética ou moral na crítica social * 7. Big Data e o "Fim da Teoria"
ESPLENDOR E MISÉRIA DO ANTI-AUTORITARISMO
Tópicos para a história ideal e real da “Nova Esquerda”
A honra perdida do trabalho - (Robert Kurz; Krisis nº10 Janeiro de 1991) Deutsch
DISSOCIAÇÃO-VALOR, GÉNERO E CRISE DO CAPITALISMO
CLARA NAVARRO RUIZ ENTREVISTA ROSWITHA SCHOLZ
MARX 2000. LA IMPORTANCIA DE UNA TEORÍA DADA POR MUERTA PARA EL SIGLO XXI
(não traduzido em Português)
Thomas Meyer
“Crimes económicos e outras bagatelas" – Breve comentário ao novo livro de Gerd Bedszent
DISSIDÊNCIA PREGUIÇOSA
As características da síndrome de oposição destrutiva na teoria crítica *
Diferença, dissenso e dissidência * Pensar por si engorda * Liberdade de crítica * Kannitverstan [não entendo] * Incómodo é agradável * Presente e contra * Heroicamente contra as proibições de pensar * Pensar transversal (e/ou queer) liberta
CRÍTICA DA DISSOCIAÇÃO-VALOR E TEORIA CRÍTICA
A frieza para com o próprio eu
e a pulsão de morte do sujeito sem fronteiras
Leni Wissen
A matriz psicossocial do sujeito burguês na crise
Uma leitura da psicanálise de Freud do ponto de vista da crítica da dissociação-valor
A MÁSCARA DA MORTE VERMELHA
Capitalismo de casino, movimento feminista e desconstrução
Nota Prévia * Juventude, capitalismo de casino e “(des)construção” * A estetização da oposição radical * (Mulheres) em movimento à moda antiga após o colapso do bloco de Leste * Baile de máscaras dos sexos e alienação * Desconstrução e (etno)fundamentalismo * Após a desconstrução… * Bibliografia * Notas
2.ª edição de MANIFESTO CONTRA O TRABALHO
2.ª edição de Manifesto Contra o Trabalho - (Antigona; Abril de 2017
TRABALHO E CAPITAL SÃO AS DUAS FACES DA MESMA MOEDA
"A esquerda política sempre adorou o trabalho com particular fervor. Não só elevou o trabalho ao estatuto de essência do Homem, como produziu a mistificação de transformá-lo num princípio pretensamente oposto ao capital. Na sua perspectiva, o escândalo não é o trabalho, mas sim a exploração do trabalho pelo capital. Por isso, o programa de todos os «partidos dos trabalhadores» sempre foi somente «libertar o trabalho», mas não libertar do trabalho. Ora, o antagonismo social entre capital e trabalho é uma mera contradição de interesses distintos no interior da finalidade autotélica do capitalismo (embora o poder de cada uma das partes seja muito diferente). A luta de classes era a forma de expressão desses interesses antagónicos no terreno social comum do sistema de produção de mercadorias. Fazia parte da dinâmica interna da valorização do capital. Quer a luta fosse por salários, por direitos, por condições de trabalho, ou por postos de trabalho, o seu pressuposto cego continuava sempre a ser a engrenagem dominante com os seus princípios irracionais."
Roswitha Scholz
O ódio às mulheres está novamente a aumentar
Roswitha Scholz
Tesis Sobre Capitalismo y Relaciones de Género
IMPERIALISMO DE EXCLUSÃO E ESTADO DE EXCEPÇÃO
Uma vez que a crise fundamental se tem agudizado cada vez mais, em crashes financeiros, bancarrotas nacionais, conflitos armados, movimentos de refugiados, fome e miséria e não só, vamos publicar de novo nesta edição certas partes do livro esgotado Weltordnungskrieg [A guerra de ordenamento mundial] de ROBERT KURZ. Dada a miséria dos refugiados, no contexto de um ser supérfluo generalizado no decurso do tornar-se obsoleto do trabalho abstrato, a que corresponde o terror da exclusão e uma expansão global cada vez mais visível do estado de excepção, queremos combater também uma (nova) ausência de ideias, que se exprime bem, na sua forma mais aberta, mais brutal e mais imediata, na construção de muros e em actos de violência racista, mas pode assumir formas muito mais subtis e mais hipócritas (por exemplo, na restrição do direito de asilo) e exprimir-se numa suspeita e demasiado "amigável" cultura de boas-vindas. É preciso mostrar aqui que o estado de excepção tem uma longa história, que é mesmo decididamente constitutivo para o capitalismo desde o seu surgimento, e que é necessária uma crítica radical e categorial para abolir as respectivas estruturas. Neste sentido, selecionámos do livro de Kurz capítulos e passagens que têm por temas "imperialismo de exclusão" e "estado de excepção". Já está em andamento uma reedição do livro. (Apresentação do texto no editorial da revista EXIT! nº 13)
SEMINÁRIO LER MARX
LER MARX! – TESES PARA UM SEMINÁRIO
Seminário ler Marx - (Roswitha Scholz; Setembro de 2016)
Roswitha Scholz
CRISTÓVÃO COLOMBO FOREVER?
Para a crítica das actuais teorias da colonização no contexto do "Colapso da modernização"
ROSWITHA SCHOLZ neste artigo discute as recentes teorias da colonização no contexto do "Colapso da modernização". Tais teorias ganharam ímpeto no debate da esquerda, pelo menos desde o crash de 2007/2008. Segundo Klaus Dörre, o pressuposto básico, apesar de todas as diferenças em cada abordagem, é que o capitalismo precisa de um exterior para continuar a existir. Frequentemente pressupõe-se uma "acumulação primitiva" sucessivamente repetida. Esta não é considerada limitada aos primórdios do capitalismo, mas é declarada a lei central eterna do capitalismo. Scholz, neste ensaio, contrapõe ao teorema da colonização e correspondentes hipóteses de uma permanente "acumulação primitiva" a dinâmica essencial do capital como “contradição em processo". Para evidenciar as diferenças relativamente à crítica da dissociação-valor, Scholz foca-se nas concepções de colonização de Klaus Dörre e Silvia Federici, proeminentes na Alemanha e não só, sendo que se pode atribuir Dörre uma orientação mais sindical e a Silvia Federici uma orientação mais operaista-feminista. Neste contexto, o artigo prossegue ainda com a dimensão negligenciada por Dörre e Federici das guerras civis mundiais hoje. Mas Scholz também mostra que não é suficiente colocar no centro a "contradição em processo", pelo contrário, a dissociação-valor tem de ser ser entendida como contexto dinâmico de base. Para, entre outras coisas, fazer justiça às diferentes disparidades sociais (económicas, racistas, anti-semitas, etc.) com as suas qualidades próprias, ela tem em conta a dialéctica negativa de Adorno, que naturalmente está em conformidade com a lógica do não idêntico da crítica da dissociação-valor. (Resumo na Revista EXIT! nº 13)
Cristóvão Colombo Forever? - (Roswitha Scholz: EXIT! nº13 Janeiro 2016) Deutsch
O CLÍMAX DO CAPITALISMO
Breve esboço da dinâmica histórica da crise
Roswitha Scholz
O REGRESSO DO JORGE
Notas sobre a "cristianização" do espírito do tempo pós-moderno
e sua viragem para o decisionismo autoritário
"Paulo declara na Epístola aos Romanos que só devido à proibição do desejo tinha tido a ideia de desejar, tendo assim já prevaricado contra a lei do ‘não desejarás’, tornando-se pecador e dando deste modo à lei a possibilidade de se legitimar. O objectivo da lei consistiria então única e exclusivamente em justificar a sua própria dominação (!) e em assegurar as relações vigentes. Por isso mesmo, ela também poderia ser abolida por completo. Tirando esta última consequência, a acepção pauliana da lei corresponde à definição de Carl Schmitt, segundo a qual o soberano é aquele que decide sobre o estado de excepção" (Akrap, 2005).
É neste contexto que Badiou reclama agora um "novo Lenine", do qual, a seu ver, o apóstolo Paulo representa um protótipo. Acresce, diz ele, que o "gesto pauliano" deixa antever a perspectiva de Che Guevara, nomeadamente a "de que um outro mundo é possível". Do mesmo modo, também Slavoy Zizek intitula o seu novo livro "A revolução vem aí". Akrap comenta o feito: "Também poderia ter-lhe chamado ‘O modelo Paulo com barbicha à Lenine’" (Akrap, 2005). A este propósito também são de algum interesse os comentários de Anke Deuber-Mankowsky à ideia de Agamben de "Homo sacer": "Schmittiana é (…) também a interpretação da coincidência do interior com o exterior, como irrupção da catástrofe, que segundo Schmitt equivale à catástrofe da vinda do Anticristo (!). Assim, segundo Agamben, a catástrofe da Modernidade é a consequência da anulação da diferença entre a existência política (bios) e a vida nua (zoe) pelo facto de a vida nua – em vez de se distinguir da dimensão política – se tornar o fundamento da dimensão política no campo" (Deuber-Mankowsky, 2001, p. 107)."
O Regresso do Jorge - (Roswitha Scholz; EXIT! nº3 Janeiro 2006) Deutsch
Roswitha Scholz
MAIO CHEGOU
O padrão de digestão ideológica da crise nos contextos da crítica do valor
Da mesma forma que a crise dissolve a capacidade de reprodução da "classe média", que até agora se considerava em segurança, também a esquerda é tomada pelos padrões de elaboração ideológica que, pelos vistos, a ela estão ligados forçosamente. Roswitha Scholz demonstra neste texto que a "crítica do valor" surgida ao longo destes anos também disso não está a salvo. Os conceitos fundamentais da crítica do valor tiveram que ser implementados na esquerda, a custo, só no princípio dos anos noventa, por isso é que hoje se põe o problema da sua banalização, não só por uma recepção superficial nas diversas "cenas" da esquerda, como também pelas próprias tendências regressivas numa parte do anterior círculo da crítica do valor. Neste cenário, representado não apenas pelo resto da "Krisis", recorre-se agora à "preocupação" e a um "quotidiano" amplamente acrítico, bem como a uma ligação populista de esquerda com um mais vasto público do movimento. Há, no entanto, um perigo de recuperação por parte da direita e de posições conservadoras, se porventura, em caso de agravamento da crise, for esquecida a constituição da subjectividade da concorrência patriarcal-burguesa. Como fundamento desta crítica ideológica a uma versão banalizada da própria teoria crítica do valor designa Scholz o pano de fundo social comum de todas as tendências correspondentes: nomeadamente, "a transformação dos homens em donas-de-casa" (Claudia von Werlhof), incluindo nos círculos teóricos de esquerda, no domínio dos média etc., e "a queda da classe média" (Barbara Ehrenreich). Uma "crítica de trabalho" reducionista, bem como um conceito androcêntrico reduzido da "realidade social" têm que dar o mote da crítica do valor na colectânea "Dead Men Working"; racismo, anti-semitismo e sexismo são outra vez degradados a contradições secundárias com novas vestes, em vez de serem compreendidos no seu entretecimento com as disparidades económicas, a relação entre sexos e a construção da "raça", como faz a crítica da dissociação-valor. (Resumo na Revista EXIT! nº 2)
INTERESSES LOUCOS
As metamorfoses do imperialismo e a crise das interpretações
Interesses loucos - (Robert Kurz; Abril de 2001) Deutsch
Homo Sacer e os ciganos: uma resenha de Larissa Costa Murad - (Julho 2015)
Roswitha Scholz
Homo Sacer e Os Ciganos
O Anticiganismo – Reflexões sobre uma variante essencial e por isso esquecida do racismo moderno
«Nas relações patriarcais capitalistas, a dissociação-valor é o princípio fundamental de socialização, e não apenas o “valor”. A dissociação é um pressuposto para a formação do trabalho abstracto, tanto como este, inversamente, é também seu pressuposto. Existe uma relação dialéctica entre ambos, que se foi transformando no decurso de um processo histórico. Na Modernidade “a mulher” é considerada um “ser natural domesticado”. Pelo contrário, enquanto banido o cigano é livre como um pássaro (vogelfrei); encontra-se no exterior do mundo do trabalho e da lei, e precisamente nesta exclusão ele está dialecticamente incluído na forma jurídica, como homo sacer par excellence – sem dúvida de uma forma diferente da concepção burguesa da relação entre os sexos. Se a dissociação-valor como princípio fundamental se manifesta, por exemplo, no facto de se imaginar a cigana como prostituta, vagabunda e (não em último lugar) ladra, representando o pólo oposto à dona de casa virtuosa e mãe da Modernidade, esta circunstância prende-se com a existência como homo sacer, que representa a “lei” autêntica e fundamental da socialização da dissociação-valor na forma da ausência da lei. Importante é também que a forma feminina, portanto a imagem da cigana, não por acaso representa o cigano enquanto tal, circunstância que deve lembrar que as modernas ideias sobre os papéis dos sexos também contribuíram para a constituição das relações ciganas aparentemente autóctones.»
Homo Sacer e "Os Ciganos" - (Roswitha Scholz; Exit! nº4 Junho de 2007 Deutsch
WOLPERTINGER NO PARQUE JURÁSSICO
A regressão imparável dos círculos da esquerda radical alemã
"Os fantasmas que andam por aí não são originais, mas dinossauros bonzai, resquícios de um passado glorioso que não chegam aos calcanhares do objecto da sua idolatria. É que Lenine e os verdadeiros coriféus do passado foram, no seu tempo, tudo menos papagaios dos esplendores passados de movimentos e revoluções mas, sim, revolucionários da teoria. E hoje, o que está na ordem do dia, é a revolução da crítica do valor, e não a nostalgia teórica."
Roswitha Scholz
Na homepage da revista Streifzüge foi reproduzida a 29 de Abril de 2015 uma homenagem a Robert Kurz publicada antes em Nachdenkseiten, com o título Das Nirwana des Geldes. Zum Gedenken an Robert Kurz [O nirvana do dinheiro. Em memória de Robert Kurz], de Götz Eisenberg. Há aqui uma usurpação fraudulenta de Robert Kurz, como que um self-service canibalesco. Robert Kurz, desde a cisão da Krisis em 2004 até à sua morte em 2012, nunca se cansou de atacar uma crítica do valor redutora que, escaqueirada e com carga vitalista, se esforça por obter um "impacto alargado", de maneira populista. Sobretudo no texto Seelenverkäufer. Wie die Kritik der Warengesellschaft selbst zur Ware wird [Vendedores de almas. Como a crítica da sociedade das mercadorias se torna ela própria uma mercadoria], ele submeteu a uma severa crítica o auto-entendimento e a orientação pluralista da Streifzüge, como exemplo do “movimento interno da contradição de forma e conteúdo da crítica categorial”.
Esta crítica é silenciosamente ignorada pela Streifzüge e sugere-se que Robert Kurz tenha sido sempre um dos "seus". Isso decorre também da ideia de Robert Kurz dada após o texto, ao apresentá-lo como "co-editor da revista Krisis e membro do grupo com o mesmo nome até este se partir em conflitos internos". Nem uma palavra da Streifzüge sobre o facto de esses "conflitos internos" terem por conteúdo não em último lugar uma popularização problemática e de isso ter levado à criação da revista teórica EXIT!. Para se ter uma ideia da relação entre Robert Kurz, que de facto já não se pode defender, e a Streifzüge, e para prevenir a doença de Alzheimer, mais uma vez se remete vivamente para o texto Seelenverkäufer [Vendedores de almas] de 2010, bem como para toda a rubrica Zur Kritik der verkürzten Wertkritik [Para a crítica da crítica do valor redutora] (1) na homepage da EXIT!, onde também outros autores e autoras apresentam contribuições sobre este tema.
Roswitha Scholz pela Redacção da EXIT!
(1) Dos 12 textos da rubrica estão traduzidos para português dois: DEAD MEN WRITING. Instruções de uso: como transformar a crítica emancipatória num objecto especulativo ao serviço da reprodução pessoal dum bando da intelligentsia lumpen e O DESVALOR DO DESCONHECIMENTO. “Crítica do valor” truncada como ideologia de legitimação de uma nova pequena-burguesia digital (Nt. Trad.)
Self-Service canibalesco - (Roswitha Scholz: Maio 2015) Deutsch Italiano
Boaventura Antunes
Intervenção no XVIII Congresso do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, Lisboa 9-10 Outubro 2015
DINHEIRO
Da crítica social à crítica categorial
Dinheiro: Da crítica social à crítica categorial - (Boaventura Antunes; Setembro de 2015)
Linhas gerais para a transformação da crítica da economia política
"A lavandaria automática do capital também parece ter deixado de funcionar. Na realidade, os guardiões institucionais do graal do capitalismo estão a adiar o choque da desvalorização mais que devido, com recurso a métodos cada vez mais aventurosos, porque, no mínimo, intuem que com ele todo o sistema mundial entraria em colapso e, no sentido da economia do capital, apenas restaria terra queimada. Nesta medida, as elites, dispostas a qualquer crime a que uma situação de emergência obrigue, ainda dão provas de uma maior consciência da realidade do que os marxistas residuais e os pós-marxistas – e, mais que todos, Michael Heinrich. Paradoxalmente, ele está aqui em conformidade com, nem mais nem menos, os ideólogos neoliberais hardcore cegos à realidade que, relativamente ao “ajustamento”, se deixam levar pela mesma ilusão e, por isso, exigem que as medidas de resgate sejam abandonadas para que a “natureza” possa finalmente seguir o seu curso. Por outras palavras: a sua tese do “ajustamento” [Bereinigung] revela ser ideologia tão pura e dura como a tese ultraliberal do “ajustamento”
Roswitha Scholz
A IMPORTÂNCIA DE ADORNO PARA O FEMINISMO HOJE
Retrospectiva e perspectiva de uma recepção contraditória
Neste artigo Roswitha Scholz mostra que na teoria feminista se manteve a capacidade de chegar a uma crítica da forma do patriarcado capitalista até à segunda metade da década de oitenta. Em vez disso passou-se para padrões de pensamento formais e sociologistas. Scholz esclarece aqui a importância de Adorno para a crítica da dissociação-valor, ainda que ele parta apenas da troca e não do valor (mais-valia) como princípio social fundamental, e muito menos eleve a relação hierárquica de género na configuração da dissociação-valor à posição de conceptualidade basilar da sociedade, tratando-a de modo meramente descritivo e como tal a criticando. Scholz também assume de Adorno para a crítica da dissociação-valor a rejeição de um pensamento restringido à lógica da identidade, o que significa além do mais que esta crítica tem de ter em conta as diferentes disparidades sociais. Enquanto isto pertence ao cerne da crítica da dissociação-valor, a partir das contradições da lógica da troca ou do valor só se consegue obter uma crítica da lógica da identidade quando muito à força. Assim, a crítica da dissociação-valor impulsiona para lá de si mesmo não só a Adorno, mas também a ela própria. Ela tem de pôr-se a si mesma em questão para fazer jus à sua essência íntima. Assim se põe em causa o iluminismo. Embora também a crítica da dissociação-valor em certo sentido assente ela própria no iluminismo, ela não exclui uma crítica radical do mesmo. Na crítica da dissociação-valor decide-se designadamente ir ao mesmo tempo radicalmente para lá do pensamento iluminista, mesmo até para lá da dialéctica negativa de Adorno, para manter em aberto a possibilidade – em primeiro lugar de modo apenas conceptual e abstracto – de futuras formas de pensar e de viver não capitalistas nem patriarcais. (Resumo na Revista EXIT! nº 10)
A importância de Adorno para o feminismo hoje - (Roswitha Scholz: EXIT! nº 10 Dezembro 2012) Deutsch
A LUTA PELA VERDADE
Notas sobre o mandamento pós-moderno de relativismo na teoria crítica da sociedade
Um fragmento
Conflitos sobre a verdade * Da teorização da política à politização da teoria * (Da politização do privado à privatização do político) * Na ordem do dia estão a táctica, a estratégia, o mimetismo, a camuflagem * O dogma "anti-dogmático" da pós-modernidade * O apertar do parafuso * O lugar na história como campo de batalha das ideias * Linguistic turn * Totalitarismo da linguagem e coisa em si * (Anti-essencialismo) * (A atitude existencial) * (Subjectivismo estrutural) * (A falta de fundamentos da narrativa, construção/desconstrução e discurso) * (Crítica da objectividade negativa ou positivismo do discurso?) * (Relativismo histórico e pós-história) * (Esclarecer o adversário e esclarecer-se si mesmo) * (Negar a objectividade da verdade) * (Do positivismo dos factos ao positivismo da narrativa, da construção e do discurso) * (História da formação e história interna) * (Relativismo estrutural, sem conceito da totalidade) * A história como campo de batalha das ideias, as ideias como armas da história (Os títulos entre parêntesis são de capítulos que não chegaram a ser elaborados: Nota do trad.)
Roswitha Scholz
Introdução * A argumentação de base de Postone * Individualismo metodológico, estrutura-acção e afins * Forma da mercadoria e forma do capital * Dinheiro – circulação – forma do capital – mais-valia * Relação entre trabalho abstracto e trabalho concreto * Tempo abstracto, tempo histórico concreto, tempo biográfico, tempo do mundo do dia-a-dia e tempo concreto do colapso do capitalismo * Sujeito revolucionário e socialização de classe média * Dissociação-valor, totalidade fragmentada e disparidades sociais: algumas observações necessariamente incompletas sobre o contexto da dissociação-valor como contexto social basilar
Após Postone - (Roswitha Scholz: EXIT! nº12 Novembro 2014) Deutsch
Udo Winkel
"No centenário da eclosão da I Guerra Mundial surgiu uma enchente de análises e literatura de memórias. Ela é repetida e incorrectamente designada como “ruptura civilizacional”, embora o capitalismo se tenha desenvolvido com violência brutal desde o seu nascimento na “acumulação primitiva” (Marx). Só a dimensão mudou, com artilharia, gás venenoso e depois também aviões e tanques."
Roswitha Scholz
1. A Nova Leitura de Marx – breve história da crítica do fetichismo desde 1965 e sua multiplicação/massificação hoje * 2. O "Novo espírito do capitalismo", o "Eu empresarial" e a crítica do fetichismo * 3. Crítica do fetichismo e vida académica * 4. Crítica do fetichismo, verdade e conteúdo * 5. Feminismo e crítica do fetichismo * 6. A vontade de viver o mais possível “de modo não fetichista”… * 7. Resumo: crítica do fetichismo como processamento da contradição ou crítica radical?
Viva o Fetiche! - (Roswitha Scholz; Exit! nº 12 Novembro de 2014 Deutsch
Feminismo - Capitalismo - Economia - Crise - (Roswitha Scholz; EXIT! nº11 Julho 2013) Deutsch
CRISE E CRÍTICA
O limite interno do capital e as fases do definhamento do marxismo.
Um fragmento. Segunda parte
"Nenhuma crise histórica no capitalismo pode ser derivada de “lutas voluntárias” imediatas; mas a nova crise económica mundial iniciada no Outono de 2008 muito menos que qualquer das anteriores. Pois aqui já nem sequer superficialmente é possível construir uma conexão causal real com “lutas” ou com “políticas” conscientes, ou quando muito só por meio de fantasmagorias óbvias. O estourar das bolhas financeiras, a falência do Lehman Brothers e o que se seguiu não foi um complot do empire, nem sequer foi devido à mínima “luta social”, tanto nos EUA como noutros lados. Isso até os normalizados construtores de casinhas da Opel e os faz-tudo do submundo da esquerda radical compreendem. Por isso a ideologia de crise subjectivista, perante esta situação, tem de cair no apelo puramente mistificatório a um “nós” ideológico, na realidade dificilmente existente.
CRISE E CRÍTICA
O limite interno do capital e as fases do definhamento do marxismo.
Um fragmento. Primeira parte
Roswitha Scholz
A HISTÓRIA COMO APORIA
Teses preliminares para a discussão em torno da historicidade das relações de fetiche
(3ª Série)
SINOPSE: 1. A abordagem da teoria da história para além do marxismo tradicional/ 2. A problemática do conceito de história como constructo moderno/ 3. Aporias solúveis e insolúveis/ 4. A crítica radical da modernidade não pode deixar de ter uma teoria da história/ 5. Dissociação e fetiche/ 6. Capitalismo e Religião/ 7. Sobre o conceito de relações de fetiche/ 8. Metafísica, transcendência e transcendentalidade/ 9. Da divisão de épocas ao relativismo da história/ 10. Alinhar com o processo de desmoronamento da filosofia burguesa da história?/ 11. Que significa pensar contra si mesmo?/ 12. A dialéctica da teoria da história em Adorno/ 13. Crítica do conhecimento da teoria da dissociação e crítica do conceito de história/ 14. Teoria negativa da história e programa de desontologização/ 15. Um novo conceito de unidade entre continuidade e descontinuidade/ 16. Conceitos afirmativos da reprodução e conceitos histórico-críticos da reflexão/ 17. Ruptura ontológica e “superavit crítico [kritischer Uberschuss]”/ 18. Insuficiências e conteúdos de ideologia alemã, reaccionários, da hermenêutica da história/ 19. Fossilização ontológica como vingança da dialéctica/ 20. Consequências possíveis: pose neo-existencialista, decisionismo, reformismo neo-verde.
A História como aporia (3ª série) - Robert Kurz; Maio de 2007
A História como aporia (2ª Série) - Robert Kurz; Setembro de 2006 Deutsch
A História como aporia (1ª Série) - (Robert Kurz; Agosto de 2006) Deutsch
LÓGICA DA IDENTIDADE E CRÍTICA DO CAPITALISMO
Notas sobre as reacções da esquerda aos ataques terroristas em Nova Iorque e Washington
De modo tão ilusório como na "questão da mulher", neste contexto o Ocidente também é apresentado como ultra-aberto no que diz respeito ao comportamento sexual, à homossexualidade masculina e feminina etc. A tolerância superficial face aos trans-flexi pretende esconder o facto de que, mais do que permitir diferentes orientações sexuais, o objectivo é impor identidades compulsoriamente flexíveis compatíveis com a globalização e perfeitamente economificadas sem, por isso, suplantar a estrutura fundamental compulsivamente heterossexual. Os Talibãs bárbaros como inimigos das mulheres e adversários dos "perversos" são assim transformados em mera superfície de projecção para poder esconder completamente, na celebração da civilidade burguesa, a relação básica de género inimiga das mulheres e compulsivamente heterossexual que serve de fundamento à sociedade burguesa...
Lógica da identidade e crítica do capitalismo - (Roswitha Scholz; Novembro 2001) Deutsch
A INDÚSTRIA CULTURAL NO SÉCULO XXI
Sobre a actualidade da concepção de Adorno e Horkheimer
Da crítica aparente da burguesia intelectual ao culto pós-moderno da superficialidade * Crítica cultural elitista ou emancipatória? * Reducionismo tecnológico * A publicidade como percepção cultural do mundo e de si mesmo * A continuação do "trabalho abstracto" e da concorrência por outros meios * A Internet como novo meio central da indústria cultural * A virtualização do mundo da vida * Interatividade da Web 2.0 e individualização * Uma cultura grátis paga cara * O limite interno do capital e a crise económica da indústria cultural * A caminho do esgotamento das reservas culturais * O mundo não é um acessório. Por que é impossível uma "revolução cultural" separada
A Indústria Cultural no Século XXI - (Robert Kurz; EXIT! nº 9 Março de 2012) Deutsch
Produção e reprodução na crise do capitalismo
1. Após a cultural turn e a fobia à crítica radical da economia que lhe estava associada, diversos marxismos sofreram novo impulso desde a década de 1990, em paralelo com o desabar da crise não propriamente esperado. A teoria feminista também não ficou imune a esta situação. Frigga Haug desdobra-se em visitas pela República; em 2009 uma edição da revista Argument foi dedicada ao tema "Elementos de um novo feminismo de esquerda". Nancy Fraser proclamou: "Mulheres, pensai economicamente!". E mesmo feministas (ex?)-desconstrutivistas exigem agora que seja abordada a opressão das mulheres no contexto da crítica do capitalismo. (1)
Estende o teu manto, Maria! - (Roswitha Scholz; Junho 2010) Deutsch
Roswitha Scholz
SIMONE DE BEAUVOIR HOJE
Notas críticas sobre uma clássica do feminismo
A conceptualidade da dissociação refere-se ao pressuposto tácito da modernidade como o “Outro” (aqui fala Simone de Beauvoir) da produção de mercadorias e do fetiche do capital, e como tal representa um plano estrutural fundamental completamente diferente – em certo sentido situado ainda mais fundo – que vai além do conceito de fetichismo marxiano. A dimensão da dissociação-valor, assim, não apenas abrange uma relação de género assimétrica, mas visa a sociedade como um todo. Transcendência no sentido da crítica da dissociação e do valor é, portanto, algo diferente de uma crítica do valor avaliada de modo universalista androcêntrico, mas também algo diferente da de De Beauvoir. Nessa medida, o feminismo, no sentido da tematização da dissociação-valor como princípio fundamental estruturalmente determinante, simplesmente não pode mais permitir-se uma desajeitada confissão de cumplicidade, que acaba por desembocar traiçoeiramente na perspectiva de género objectivamente neutra. Da mesma forma, a tematização deste princípio pressuposto (na medida em que sabe das suas mediações) é necessária exactamente para dar a relevância aos “outros Outros” no sentido de totalidade concreta de facto não menos valorizada em termos de hierarquia conceptual...
O TABU DA ABSTRACÇÃO NO FEMINISMO
Como se esquece o universal do patriarcado produtor de mercadorias
“A dignidade dela está em ser ignorada”
Jean-Jacques Rousseau
Introdução * Breve esboço da elaboração teórica feminista desde "68" * O problema da obsessão de auto-relativização no feminismo e a dissociação-valor como princípio fundamental do patriarcado produtor de mercadorias * O problema fundamental do relativismo e a inevitabilidade da abstracção dialecticamente mediada no contexto da crítica da dissociação e do valor * Auto-afirmação em vez de autonegação como pressuposto da auto-relativização * O patriarcado produtor de mercadorias esquecido * Bibliogafia
O Tabu da Abstracção no Feminismo - (Roswitha Scholz; EXIT! nº8 Julho 2011) Deutsch
NÃO HÁ LEVIATÃ QUE VOS SALVE
Teses para uma teoria crítica do Estado. Segunda parte
Nota prévia * 23 Por que não constitui o anarquismo qualquer alternativa. A crítica não-conceptual do Estado de Bakunin & Cª. * 24 A discussão conceptualmente confusa com os bakuninistas * 25 A luta pelas necessidades vitais no capitalismo e a constituição automática da política * 26 A "ditadura do proletariado" e o deficit da teoria do Estado * 27 O trauma da Comuna de Paris e a sua lenda * 28 O problema da síntese social como "caixa negra" da ideologia cooperativista * 29 Subjectivação e individualização metodológicas da forma da vontade transcendental * 30 A ditadura de crise do Leviatã ou o estado de excepção como pressuposto e consequência da "vontade geral" * 31 A política como definição do inimigo existencial * 32 Estado de excepção e capacidade política * 33 Executores e executados do estado de excepção * 34 Catástrofe humanitária, pragmatismo de emergência consciente e ideologia de salvação da democracia de esquerda * 35 A miséria do positivismo jurídico * 36 A crença positiva da social-democracia no Estado e as suas metamorfoses * Antevisão da terceira parte
Não há Leviatã que vos salve. Teses para uma teoria crítica do Estado. Segunda parte - (Robert Kurz; EXIT! nº 8 Julho de 2011) Deutsch
NÃO HÁ LEVIATÃ QUE VOS SALVE
Teses para uma teoria crítica do Estado. Primeira parte
1 O Estado como "última instância" e as formas de desenvolvimento da crise capitalista mundial • 2 A insuficiência da teoria do Estado e o debate sobre a teoria radical da crise • 3 Desenvolvimento capitalista e historicidade da teoria. A "herança" do iluminismo burguês afirmativo na esquerda da modernização • 4 A teoria do contrato de direito natural e o poder estatal absoluto em Hobbes • 5 O patriarcado objectivado da modernidade e o carácter androcêntrico do Leviatã • 6 "Economia política" absolutista e liberdade de concorrência dos burgueses proprietários • 7 Do liberalismo teológico à forma transcendental da "vontade geral" em Rousseau • 8 O "imperativo categórico" kantiano e a automenorização esclarecida • 9 Adam Smith e a "mão invisível" da máquina da concorrência como a outra face da "vontade geral" • 10 O idealismo de Estado alemão como superação ideológica aparente da duplicação da "vontade geral" • 11 A diferenciação "nacional" anglo-saxónica, francesa e alemã da "vontade geral" • 12 O "estado de natureza" violento entre os Leviatãs e a sua limitação pelo mercado mundial • 13 A "paz perpétua" kantiana como visão duma instituição meta-estatal da "vontade geral" repressiva e o seu desmentido por Hegel • 14 A batalha dos Leviatãs imperiais pelo poder mundial nacional da "vontade geral" • 15 Duas nações em uma. O entendimento do Estado do burguês proprietário como atraso da modernização • 16 O Estado burguês como horizonte de emancipação redutora e a função modernizadora do movimento operário • 17 A repetição feminista da emancipação redutora • 18 O idealismo de Estado alemão como "herança" do movimento operário e a expansão capitalista das funções do Estado • 19 A crítica do Estado no jovem Marx: as contradições da "vontade geral" transcendental • 20 O duplo Marx e a dupla definição do político • 21 O conceito de Estado reduzido à sociologia das classes em Marx e Engels • 22 Trinta anos depois. A reprodução do conceito redutor de Estado no Anti-Duhring de Engels • Antevisão da segunda parte
Não há Leviatã que vos salve. Teses para uma teoria crítica do Estado. Primeira parte - (Robert Kurz; EXIT! nº 7 Dezembro de 2010) Deutsch
NÃO DIGO NADA SEM A MINHA ALLTOURS
A identidade (masculina) pós-moderna entre a mania da diferenciação e a segurança da teoria marxista vulgar. Réplica às críticas à teoria da dissociação e do valor
Introdução * O conceito de dissociação-valor * Igual originariedade e sujeito “autónomo” * Falsa historicização e falsa ontologização * Dissociação-valor como conceito da totalidade * O não-idêntico e a lógica da dissociação e do valor * Princípio social fundamental e diferenças * A ausência do conceito de dissociação-valor na teoria feminista * Teoria, empiria e desenvolvimento histórico * Sexo e Género * Dissociação-valor e heterossexualidade compulsiva * Dissociação-valor e crítica da economia política * Diferentes níveis de análise e pensamento positivista * Conclusão: O espírito do tempo pós-moderno na crise, os círculos de esquerda virados queer e a insustentabilidade de uma mentalidade de crítica ecléctica
Não digo nada sem a minha alltours - (Roswitha Scholz; EXIT! nº7 Dezembro 2017)
FORMA SOCIAL E TOTALIDADE CONCRETA
Na urgência de um realismo dialéctico hoje
Totalidade concreta em Georg Lukács * Totalidade concreta em Theodor W. Adorno * Totalidade concreta em Moishe Postone * Totalidade concreta e crítica da dissociação e do valor * Crítica do fetiche e da reificação como falsa imediatidade em John Holloway * Imediatidade antidialéctica em Hardt/Negri e em Badiou * O falso retorno da dialéctica após o seu suposto fim * Conclusão: alegações finais por um realismo dialéctico, hoje, para lá dos esquematismos tradicionais
Forma social e totalidade concreta - (Roswitha Scholz; Exit! nº6 Outubro de 2009 Deutsch
O DESVALOR DO DESCONHECIMENTO
“Crítica do valor” truncada como ideologia de legitimação de uma nova pequena-burguesia digital
O Desvalor do Desconhecimento - (Robert Kurz; Maio 2008) Deutsch
UMA CONTRADIÇÃO ENTRE MATÉRIA E FORMA
Sobre a importância da produção de mais-valia relativa para a dinâmica de crise final
1. A última crise do capital? Uma controvérsia * 2. Produtividade, valor e de riqueza material * 3. A produção da mais-valia relativa * 4. A tendência de desenvolvimento da mais-valia relativa * 5. Crescimento compulsivo, expansão histórica do capital e limites materiais * 6. Crescimento compulsivo e destruição do ambiente * 7. Conclusão
Uma contradição entre matéria e forma - Claus Peter Ortlieb; Setembro de 2008 Deutsch
CRISE ECONÓMICA MUNDIAL, MOVIMENTO SOCIAL E SOCIALISMO. 12 TESES.
Comunicação apresentada na Conferência do Fórum Marxista da Saxónia em 14.11.2009
Crise Económica Mundial, Movimento Social e Socialismo - Robert Kurz; Novembro de 2009
Roswitha Scholz
LÓGICA DA IDENTIDADE E CRÍTICA DO CAPITALISMO
Notas sobre as reacções da esquerda aos ataques terroristas em Nova Iorque e Washington
Lógica da identidade e crítica do capitalismo - (Roswitha Scholz; Novembro 2001) Deutsch
WASTE TO WASTE
Os Roma e “nós”
WASTE TO WASTE Os Roma e "nós" - (Roswitha Scholz; Setembro 2008) Deutsch
ENTREVISTA À REVISTA ON-LINE “TELEPOLIS”
(Hannover, Alemanha)
Entrevista à REVISTA ON-LINE "TELEPOLIS" - (Robert Kurz; Outubro 2008) Deutsch
A Teoria da Dissociação Sexual e a Teoria Crítica de Adorno
A Teoria da Dissociação Sexual e a Teoria Crítica de Adorno - (Roswitha Scholz; Agosto de 2004 Deutsch
O ser-se supérfluo e a "angústia da Classe média"
O fenómeno da exclusão e a estratificação social no capitalismo
1. Introdução: "Situação de classe", exclusão específica de uma classe, ou desclassificação generalizada? Eis a questão, hoje! 2. O fenómeno do ser-se supérfluo no capitalismo até ao fim do século XIX – breve esboço 3. A "sociedade de classe média nivelada" 4. Individualização para lá da classe e da camada? 5. A destruição da "nova classe média" e os "novos independentes" precários 6. O fetiche da luta de classes 7. Luta sem classes? 8. O último estádio da classe média 9. A sociedade da classe média e o género 10. A sociedade da classe média e a migração 11. A exclusão como problema fundamental do capitalismo. 12. Algumas observações sobre o debate das ciências sociais em torno da exclusão social e da "vulnerabilidade social" nas classes médias 13. A socialização de classe média, a exclusão e a forma social da dissociação-valor.
O Ser-se Supérfluo e a "Angústia da Classe Média" - (Roswitha Scholz; Exit! nº5 Maio de 2008 Deutsch
PODER MUNDIAL E DINHEIRO MUNDIAL
A função económica da máquina militar dos Estados Unidos no capitalismo global e os motivos ocultos da nova crise financeira
Nota prévia (22.01.2008): O texto que segue foi escrito em Novembro de 2007 para a revista de debates de esquerda "Widersprüch" (Zurique) e aí foi publicado no início de Janeiro [nº 53]. Sob o signo da crise financeira em curso e do mais recente crash bolsista, ele adquire uma actualidade insuspeitada.
Poder Mundial e Dinheiro Mundial - Robert Kurz; Novembro de 2007 Deutsch
BARBÁRIE, MIGRAÇÃO E GUERRAS DE ORDENAMENTO MUNDIAL
Para uma caracterização da situação contemporânea da sociedade mundial
Barbárie, Migração e Guerras de Ordenamento Mundial - Robert Kurz; Janeiro de 2005 Deutsch
"O COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO" - 15 ANOS DEPOIS
Entrevista à Revista "Reportagem", São Paulo, Outubro de 2004
"O COLAPSO DA MODERNIZAÇÃO" - 15 anos depois (Entrevista) - (Robert Kurz; Novembro 2004) (pdf) Deutsch Español
SERES HUMANOS NÃO RENTÁVEIS
Ensaio sobre a relação entre história da modernização, crise e darwinismo social neo-liberal
Nota Prévia: Este texto constitui a versão escrita de uma apresentação efectuada a 15.11.2005 em Brunnen, Suiça, nas Jornadas Anuais da INTEGRAS (Schweizer Fachverband für Sozial- und Heilpädagogik) [Associação Profissional de Pedagogia Médica e Social]. O texto não desenvolve ideias novas, mas consegue dar, ainda assim, uma perspectiva sobre as afirmações standard na análise da crítica do valor e da dissociação, de outro modo só possível de encontrar espalhada em diversos artigos ou no contexto da argumentação mais extensa dos livros. Os sub-títulos são de responsabilidade da redacção da INTEGRAS. As apresentações desta jornada serão publicadas brevemente em brochura
Seres Humanos não Rentáveis - Robert Kurz; Janeiro de 2006 Deutsch
A Substância do Capital
O trabalho abstracto como metafísica real social e o limite interno absoluto da valorização.
Primeira parte: A qualidade histórico-social negativa da abstracção "trabalho".
O Absoluto [Absolutheit] e a relatividade na História. Para a crítica da redução fenomenológica da teoria social - O conceito filosófico de substância e a metafísica real capitalista - O conceito negativo de substância do trabalho abstracto na crítica da economia política de Marx - O conceito positivo do trabalho abstracto na ontologia do trabalho marxista - Para a crítica do conceito de trabalho em Moishe Postone - O trabalho abstracto e o valor como apriori social - O que é abstracto e real no trabalho abstracto? - O tempo histórico concreto do capitalismo
A Substância do Capital (primeira parte) - (Robert Kurz; EXIT! nº1 Agosto 2004) Deutsch
Segunda parte: O fracasso das teorias da crise do marxismo da ontologia do trabalho e as barreiras ideológicas contra a continuação do desenvolvimento da crítica radical do capitalismo.
"Teoria do colapso" como palavra de toque e conceito de falsificação da história da teoria marxista - Teorias do colapso reduzidas como posição minoritária marxista na época da guerra mundial I: Rosa Luxemburgo - Teorias do colapso reduzidas como posição minoritária marxista na época da guerra mundial II: Henryk Grossmann - Da diabolização de Grossmann ao atrofiar do debate marxista da crise e do colapso - Sujeito e objecto na teoria da crise. A solução aparente do problema em meras relações de vontade e de forças - A crise e a crítica, a ilusão política e a relação de dissociação sexual - O conceito de quantidade de trabalho abstracto e a acusação de "naturalismo"
A Substância do Capital (segunda parte) - (Robert Kurz; EXIT! nº2 Março 2005) Deutsch
A NOVA CRÍTICA SOCIAL E O PROBLEMA DAS DIFERENÇAS
Disparidades económicas, racismo e individualização pós-moderna.
Algumas teses sobre o valor-dissociação na era da globalização
A Nova Crítica Social e o Problema das Diferenças - (Roswitha Scholz; EXIT! nº1 Agosto 2004) Deutsch
TABULA RASA
Até onde é desejável, obrigatório ou lícito que vá a crítica ao Iluminismo?
Tabula Rasa - (Robert Kurz; Krisis 27 - Novembro 2003)
A IDEOLOGIA ANTI-ALEMÃ
Do antifascismo ao imperialismo de crise: crítica da novíssima essência sectária alemã de esquerda nos seus profetas teóricos
A Ideologia Anti-Alemã (prefácio) - (Robert Kurz; Agosto 2003)
ONTOLOGIA NEGATIVA
Os obscurantistas do Iluminismo e a metafísica histórica da Modernidade
A libertação tem de ser repensada. Após o fim do marxismo e do socialismo do movimento operário, não resta dúvida de que quanto a este postulado abstracto existe um consenso entre a maioria das teóricas e dos teóricos de esquerda que ainda continuem a querer sê-lo. No entanto, mal se trate de definir o novo, que é o que se supõe estar em causa, este não se revela apenas regularmente como o velho em traje novo, mas, antes de mais, como o mais vetusto de entre o velho; nomeadamente, como recaída para o que antecede o marxismo, para o seio da Filosofia iluminista burguesa, em vez de uma tentativa de ir para além do marxismo.
Ontologia Negativa - (Robert Kurz; Krisis 26 - Janeiro de 2003)
Razão Sangrenta
20 Teses contra o chamado Iluminismo e os "Valores Ocidentais"
O capitalismo a si mesmo se vence até à morte, tanto materialmente como no plano ideal. Quanto maior a brutalidade com que esta forma de reprodução, tornada modelo social universal, devasta o mundo, mais ela vai infligindo golpes a si mesma e minando a própria existência. Neste quadro se inscreve também o comum ocaso intelectual das ideologias da modernização, numa ignorância e falta de ideias de tipo novo: direita e esquerda, progresso e reacção, justiça e injustiça coincidem de forma imediata, uma vez que o pensamento nas formas do sistema produtor de mercadorias paralisou por completo. Quanto mais estúpida se torna a representação intelectual do sujeito do mercado e do dinheiro, mais horroroso fica o seu tagarelar repetitivo das estafadas virtudes burguesas e valores ocidentais. Não há paisagem do planeta, marcada pela miséria e pelos massacres, sobre a qual não chovam a cântaros lágrimas de crocodilo, de um humanitarismo policial democrático; não há vítima desfigurada pela tortura que não seja usada como pretexto na exaltação das alegrias da individualidade burguesa. Qualquer idiota servidor do estado, que se esforça por escrever umas linhas, invoca a democracia ateniense; qualquer patife ambicioso, da política ou da ciência, pretende bronzear-se à luz do iluminismo.
Razão Sangrenta - tradução revista - (Robert Kurz; Junho de 2002) Deutsch Español
AUSCHWITZ COMO ÁLIBI?
Auschwitz como Álibi? - (Robert Kurz; Junho 2000) Deutsch Español
Textos, entrevistas, conferências
-2019-
Alternativas ao Capitalismo
Em Teste: Rendimento Básico Incondicional
Dominic Kloos
Alternativas ao capitalismo
Em teste: A economia do bem comum
-2018-
Timm Graßmann
DEPOIS DE NÓS, O DILÚVIO
Depois de nós, o dilúvio - (Timm Graßmann; Maio de 2018)
-2017-
EXIT! Crise e crítica da sociedade da mercadoria, nº 15 (Abril 2018)
Índice e Editorial
Daniel Späth
A "pós-verdade" e o último combate de rectaguarda da pós-modernidade neoliberal
Notas sobre a especificidade histórica das conjunturas ideológicas
-2016-
Revista EXIT! nº 13, Janeiro de 2016
SUMÁRIO E EDITORIAL
"Tempos áureos para teóricos e teóricas da crise!" poder-se-ia pensar, pois afinal dispõe-se de algo parecido com ter os meios teóricos para avaliar a situação social, ou mesmo com ter "sabido da coisa antecipadamente". Em última análise, no entanto, perante a violência das circunstâncias da decadência, está-se mais ou menos tão desamparado como toda a gente. Ainda assim, o poder analítico de uma teoria crítica da sociedade e a irreconciliável intenção de revolucionamento desta, que já lhe está sempre subjacente, talvez possam ajudar a manter uma visão das distorções actuais "realista" no melhor sentido, visão que, designadamente, não seja determinada pela expressão prática de situações sentidas justificadamente como ameaça ou coerção, nem pelas ilusões de estratégias redutoras de superação."
-2015-
Tomasz Konicz
MAIS UMA VEZ SE PÕE A QUESTÃO
Quando estoura a grande bolha de liquidez em que está preso o sistema financeiro mundial?
Mais uma vez se põe a questão - (Tomasz Konicz; Junho de 2015)
ESTARÁ A CHINA NA IMINÊNCIA DE UM COLAPSO?
O crescimento da economia chinesa financiado pelo endividamento não aguenta mais
Estará a china na iminência de um colapso? - (Tomasz Konicz; Maio de 2015)
-2014-
Roswitha Scholz
1. A Nova Leitura de Marx – breve história da crítica do fetichismo desde 1965 e sua multiplicação/massificação hoje * 2. O "Novo espírito do capitalismo", o "Eu empresarial" e a crítica do fetichismo * 3. Crítica do fetichismo e vida académica * 4. Crítica do fetichismo, verdade e conteúdo * 5. Feminismo e crítica do fetichismo * 6. A vontade de viver o mais possível “de modo não fetichista”… * 7. Resumo: crítica do fetichismo como processamento da contradição ou crítica radical?
Viva o Fetiche! - (Roswitha Scholz; Exit! nº 12 Novembro de 2014 Deutsch
-2013-
BATER CONTRA A PAREDE
Bater contra a parede - (Claus Peter Ortlieb; Novembro de 2013 Deutsch
Limites no endividamento e travões na racionalidade - (JustIn Monday; Novembro de 2013 Deutsch
FIM DO JOGO
ELOGIO DO ESBANJAMENTO
Elogio do esbanjamento - (JustIn Monday; Agosto de 2013 Deutsch
-2012-
NÃO HÁ REVOLUÇÃO EM LADO NENHUM
Carta aberta às pessoas interessadas na EXIT! na passagem de 2011 para 2012
Não há revolução em lado nenhum - (Robert Kurz; Janeiro de 2012)
ESPIRAL DESCENDENTE
Espiral descendente - (Claus Peter Ortlieb; Novembro de 2012 Deutsch
O cocktail de desejos do keynesianismo de esquerda
O cocktail de desejos do keynesianismo de esquerda - (Claus Peter Ortlieb; Setembro de 2012 Deutsch Français Italiano
Em memória de
Em memória de Robert Kurz - (Claus Peter Ortlieb; EXIT! nº 10 Dezembro de 2012)
-2011-
CEGOS NA CRISE
O FIM DA FÁBULA DO AUTOMÓVEL
O fim da fábula do automóvel - (Robert Kurz; Agosto de 2011) Deutsch
O TERROR DA POUPANÇA E A REVOLTA
O Terror da Poupança e a Revolta - (Robert Kurz; Julho de 2011) Deutsch
REAÇÃO EM CADEIA PÓS-NACIONAL
Reação em Cadeia Pós-Nacional - Robert Kurz; Junho de 2011
UM HERÓI DO MUNDO PÓS-MODERNO
TRABALHO SEM VALOR
O CONSUMO DO FUTURO
-2010-
PRÉMIO NOBEL PARA O HARTZ IV
Prémio Nobel para o Hartz IV - Robert Kurz; Outubro de 2010 Deutsch
O FIM DA ECONOMIA DA POTÊNCIA MUNDIAL
O Fim da economia da potência mundial - Robert Kurz; Agosto de 2010 Deutsch
A BOLHA CHINESA
A bolha chinesa - Robert Kurz; Abril de 2010 Deutsch
Falência do Estado e assalto aos bancos
Falência do Estado e assalto aos bancos - Robert Kurz; Fevereiro de 2010
NO FIO DA NAVALHA
Carta aberta às pessoas interessadas na EXIT! na passagem de ano 2009/2010
No fio da navalha - Robert Kurz; Janeiro de 2010
-2009-
SOBREPRODUÇÃO
QUEM REGULA O QUÊ?
Porque está a cimeira do G20 com medo da sua própria coragem já na fase preparatória
Quem regula o quê? - Robert Kurz; Setembro de 2009 Deutsch
CAPITALISMO SEM MAIS-VALIA?
Um debate insuficiente sobre os limites do crescimento
Capitalismo sem mais-valia - Robert Kurz; Julho de 2009 Deutsch
ECONOMIA E PSICOLOGIA
Economia e Psicologia - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
A GUERRA CONTRA OS JUDEUS
A Guerra Contra os Judeus - Robert Kurz; Janeiro de 2009 Deutsch
DEFLAÇÃO E INFLAÇÃO
-2008-
O CARISMA DA CRISE
Por que está a obamania condenada ao fracasso
O Carisma da Crise - Robert Kurz; Novembro de 2008 Deutsch
NÃO HÁ SEGUNDO NEW DEAL
Não há Segundo New Deal - Robert Kurz; Novembro de 2008 Deutsch
ENTREVISTA À REVISTA IHU ON-LINE
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, S. Leopoldo, Porto Alegre, Brasil
Entrevista à REVISTA IHU ON-LINE - (Robert Kurz; Outubro 2008) Deutsch Revista IHU
A ÚLTIMA INSTÂNCIA
A Última Instância - Robert Kurz; Setembro de 2008 Deutsch
A MISÉRIA DA POLÍTICA CONJUNTURAL
A ressurreição do keynesianismo é mais que duvidosa
A Miséria da Política Conjuntural - Robert Kurz; Agosto de 2008 Deutsch
CAPITALISMO POPULAR NUNCA MAIS
A longa ressaca após o desastre da Telekom
Capitalismo Popular Nunca Mais - Robert Kurz; Abril de 2008 Deutsch
A GRANDE QUEIMA DE DINHEIRO
Pacotes de salvamento para bancos em situação catastrófica e caça aos criminosos fiscais
A Grande Queima de Dinheiro - Robert Kurz; Fevereiro de 2008 Deutsch
-2007-
O lado obscuro do capital
O lado obscuro do capital - (Johannes Vogele; Outubro de 2007) Français
TEMPO É ASSASSÍNIO
Tempo é assassínio - Robert Kurz; - Abril de 2007 Deutsch
DESARMAMENTO MORAL
A cultura do escândalo como expressão da falta de perspectiva social
Desarmamento Moral - Robert Kurz; Fevereiro de 2007 Deutsch
A PRÓXIMA ONDA DE RACIONALIZAÇÃO
A próxima onda de racionalização - (Robert Kurz; Janeiro 2007) Deutsch
-2006-
A BOMBA RELÓGIO DAS PENSÕES EMPRESARIAIS
A Bomba Relógio das Pensões Empresariais - (Robert Kurz; Agosto 2006) Deutsch
CRISE DO DÓLAR E CRISE DO EURO
Crise do Dólar e Crise do Euro - (Robert Kurz; Junho 2006) Deutsch
O REGRESSO DO JORGE
Notas sobre a "cristianização" do espírito do tempo pós-moderno
e sua viragem para o decisionismo autoritário
O Regresso do Jorge - (Roswitha Scholz; EXIT! nº3 Janeiro 2006) Deutsch
A PRIMAVERA NEGRA DO ANTI-IMPERIALISMO
Uma aliança não santa de transviados da modernização
A Primavera Negra do Anti-imperialismo - (Robert Kurz; Janeiro 2006) Deutsch
-2005-
A MÁQUINA UNIVERSAL DE HARRY POTTER
O conceito de trabalho imaterial e o neo-utopismo reduzido à tecnologia
A Máquina Universal de Harry Potter - (Robert Kurz; Outubro 2005) Deutsch
ECONOMIA POLÍTICA DO ANTI-SEMITISMO
Economia Política do Anti-Semitismo - (Robert Kurz; Setembro de 1995) Deutsch
O ESTADO DE EXCEÇÃO MOLECULAR
Consciência de crise e "theological turn" da pós-modernidade
O Estado de Exceção Molecular - (Robert Kurz; Agosto 2005) Deutsch
MAIS VALIA ABSOLUTA
Mais Valia Absoluta - (Robert Kurz; Fevereiro 2005) Deutsch
-2004-
EXIT! – AUTO-APRESENTAÇÃO PROGRAMÁTICA
A RESSURREIÇÃO ECONOMISTICA DA RELIGIÃO
A Ressurreição Economistica da Religião - (Robert Kurz; Dezembro 2004) Deutsch Español
Novos e velhos combates
A humanidade não está preparada, mas tampouco tem outra escolha.
Novos e velhos combates (Entrevista) - (Robert Kurz; Novembro 2004) (pdf) Deutsch Español
O COMITÉ NOBEL PASSOU-SE
Apanhado de uma simpática ronda jornalística de homens
O Comité Nobel Passou-se - (Robert Kurz; Outubro 2004) Deutsch
O ÚLTIMO ESTÁDIO DA CLASSE MÉDIA
O Ultimo Estádio da Classe Média - (Robert Kurz; Setembro 2004) Deutsch Español
A nova simultaneidade histórica
O fim da modernização e o começo de uma outra história mundial.
A Nova Simultaneidade Histórica - (Robert Kurz; Janeiro 2004) Deutsch Español Francais English
-2003-
AS PERFÍDIAS DO CAPITAL FINANCEIRO
LIMITES INTERNOS DA ACUMULAÇÃO, CRÍTICA REDUZIDA DO CAPITALISMO E SÍNDROMA ANTI-SEMITA
As Perfídias do Capital Financeiro - (Robert Kurz; Novembro de 2003) Deutsch Español
O que é a terciarização?
Perspectivas de mudança social.
O que é a terciarização - (Robert Kurz; Novembro 2003) Deutsch Español English
Um corte maior: Anulação das dívidas
Um corte maior: Anulação das dívidas - (Robert Kurz; Setembro 2003) Deutsch
Não-rentáveis, uni-vos!
Não-rentáveis, uni-vos - (Robert Kurz; Maio de 2003) Deutsch Español English Francais
A MÃE DE TODAS AS BATALHAS
A Mãe de Todas as Batalhas - (Robert Kurz; Abril de 2003) Deutsch Italiano Español English Français
Imperialismo de crise - (Robert Kurz; Março de 2003) Deutsch Español English Français Italiano
-2002-
A GUERRA CONTRA A CRISE
A Guerra Contra a Crise - (Robert Kurz; Novembro de 2002) Español
ECONOMIA POLÍTICA DOS DIREITOS HUMANOS
Economia política dos direitos humanos - (Robert Kurz; Outubro de 2002) Deutsch English Español Italiano
CONTRA-REALISMO
Contra-Realismo - (Robert Kurz; Outubro de 2002) Deutsch Español Francais English
A pulsão de morte da concorrência
Assassinos amoque e suicidas como sujeitos da crise
A pulsão de morte da concorrência - (Robert Kurz; Maio de 2002) Español
A guerra dos dois mundos
A guerra dos dois mundos - (Robert Kurz; Abril de 2002) Español
-2001-
Economia totalitária e paranóia do terror
A pulsão de morte da razão capitalista
Economia totalitária e paranóia do terror - (Robert Kurz; Setembro de 2001) Deutsch English Italiano
As leituras de Marx no Século XXI
As leituras de Marx no Século XXI - (Robert Kurz; 2001) Español
POPULISMO HISTÉRICO
A confusão de sentimentos burgueses e a busca de bodes expiatórios
Populismo histérico - (Robert Kurz; Janeiro de 2001) Deutsch English Español Italiano
-2000-
Uma vida humana? Só sem mercado, estado e trabalho.
Robert Kurz fala sobre o Livro Negro do Capitalismo (2000) Español
-1999-
MANIFESTO CONTRA O TRABALHO
O Homem Flexível
O homem flexível - (Robert Kurz; Julho de 1999) Deutsch Español Italiano
A expropriação do tempo
A expropriação do tempo - (Robert Kurz; 1999) Español Français
-1998-
APOCALYPSE NOW!
Sobre a relação entre emancipação e pessimismo cultural
Apocalypse Now! - (Robert Kurz; Janeiro 1998) Deutsch
O DUPLO MARX
O Duplo Marx - (Robert Kurz; Fevereiro 1998) Deutsch Español
Objetividade inconsciente
Aspectos de uma crítica das ciências matemáticas da natureza
Objectividade Inconsciente - (Claus Peter Ortlieb; 1998) Deutsch Español
-1997-
ANTIECONOMIA E ANTlPOLÍTICA
Sobre a reformulação da emancipação social após o fim do "marxismo"
Antieconomia e antipolítica - (Robert Kurz; Krisis 19 - 1997) Deutsch Español
Canhões e Capitalismo
A revolução militar como origem da modernidade
Canhões e Capitalismo - (Robert Kurz; de Março 1997) Deutsch Español English Français
-1996-
Os últimos combates
O Maio parisiense de 1968, o Dezembro parisiense de 1995 e o recente acordo trabalhista alemão.
Os últimos combates - (Robert Kurz; Março de 1996) Deutsch
-1995-
ECONOMIA POLÍTICA DO ANTI-SEMITISMO
Economia Política do Anti-Semitismo - (Robert Kurz; Setembro de 1995) Deutsch
O PÓS-MARXISMO E O FETICHE DO TRABALHO
Sobre a contradição histórica na teoria de Marx
O Pós-Marxismo e o Fetiche do Trabalho - (Robert Kurz; Krisis 15 - 1995) Deutsch
A ASCENSÃO DO DINHEIRO AOS CÉUS
Os limites estruturais da valorização do capital, o capitalismo de casino e a crise financeira global
A ascensão do dinheiro aos céus - (Robert Kurz; Julho de 1995) Deutsch Italiano Español
-1994-
O FIM DA POLÍTICA
Teses sobre a crise do sistema de regulação da forma da mercadoria
O Fim da Política - (Robert Kurz; Krisis 14 - 1994) Deutsch Español Italiano
-1993-
DOMINAÇÃO SEM SUJEITO
SOBRE A SUPERAÇÃO DE UMA CRÍTICA SOCIAL REDUTORA
Dominação sem sujeito - (Robert Kurz; Krisis 13 - 1993) Deutsch Español
-1992-
A Intelligentsia depois da luta de classes(1)
Da desconceitualização à desacademização da teoria
O valor é o homem
Teses sobre a socialização pelo valor e a relação entre sexos
O valor é o homem - (Roswitha Scholz; 1992) Deutsch
-1991-
A HONRA PERDIDA DO TRABALHO
O socialismo dos produtores como impossibilidade lógica.
A honra perdida do trabalho - (Robert Kurz; Krisis nº10 Janeiro de 1991) Deutsch
A Superação da Crise e "Utopia"
Os passageiros do Titanic querem ficar no convés, e que a banda continue tocando. Se tivermos que viver mesmo o "fim da história", não será um final feliz.
A Superação da Crise e "Utopia" (Robert Kurz; 1991)
Pequeno Glossário (Robert Kurz; 1991)
Outros Textos
A Dialéctica do Esclarecimento e outros textos de Theodor W. Adorno
A Sociedade do Espectáculo e outros textos de Guy Debord
Trabalho espiritual e corporal - (A. Sohn-Rethel; 1998)
Teses sobre o conceito da história - (Walter Benjamin; 1940)
Crítica do Programa de Gotha - (Karl Marx)
O CAPITAL, CAPITULO I - A Mercadoria - (Karl Marx)
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Lisboa: última actualização - 13.11.2024